A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires foi marcada por um fato inusitado na noite desta segunda-feira, 8. Assim que a presidente da Mesa Diretora, Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) deu início aos trabalhos, uma movimentação estranha chamou a atenção de quem estava no Plenário Vicente Schuck. Vestido de preto e com uma mordaça na boca, Anderson Lenhart se colocou entre os parlamentares empunhando um cartaz que trazia, em letras garrafais, a frase: “Podem tirar as nossas vidas, mas jamais irão tirar a nossa liberdade”.
O recado foi direcionado a Claidir, que na semana passada se envolveu em uma polêmica com Lenhart. Ele acompanhava a sessão do Poder Legislativo pelas redes sociais, no dia 1º de abril, dia em que a presidente cortou o microfone de Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), sob a alegação de que o socialista estaria desviando o foco do projeto em debate em sua manifestação. A partir do episódio, Lenhart fez uma postagem chamando a vereadora de “ditadora”.
No dia seguinte, o venâncio-airense, que atualmente reside em Porto Alegre, voltou às redes sociais, desta vez para fazer uma denúncia. Ele afirma ter recebido uma ligação de Mateus Figueiredo Silva, ex-presidente do Republicanos e atual chefe da Junta de Serviço Militar (JSM) da Capital Nacional do Chimarrão.
O denunciante sustenta ter sido “veementemente ameaçado”. Silva teria dito que falava em nome de Claidir e indagado se ele não tinha medo de “se meter com políticos”. Na sequência, também teria sugerido que a forma como Lenhart estava se manifestando era “perigosa” e que “tem gente que já morreu por menos que isso”.
MANIFESTAÇÃO
A presidente da Câmara só foi fazer referência ao episódio no fim da sessão, já que é a última a se pronunciar na tribuna. “Sempre fui responsável pelas minhas coisas”, comentou, para em seguida acrescentar: “Não admito falta de respeito com a minha condição de presidente”. Claidir disse ainda que espera uma investigação profunda acerca do caso e antecipou que irá responsabilizar todos os que fizeram postagens difamatórias dela nas redes sociais. “Vou até o fim pela verdade. Mentira não tem tamanho, tem consequência”, concluiu.
IMPORTANTE
Contatado na semana passada, o chefe da JSM afirmou que desconhece qualquer tipo de ameaça e confirmou que foi padrinho de casamento do denunciante. “Ainda domingo (31 de março) ele estava em Venâncio Aires passeando. Me procurou, pois fazia tempo que não nos víamos pessoalmente”, argumentou.