Em meio a tantas polêmicas ligadas ao mercado de bets no país, o governo vem adotando medidas que cada vez mais visam criar um ambiente seguro de apostas, entre as novidades, a partir de 2025, será exigido o reconhecimento facial dos jogadores. O uso de tal tecnologia é inovador e pretende impedir que menores de idade façam apostas e também combater fraudes no setor.
Sistema prevenirá fraudes e controlará quem pode apostar
Agora os apostadores brasileiros se tornarão figuras conhecidas na hora de fazer apostas esportivas, ou tentar a sorte em jogos de cassino online. Isto porque o IBJR (Instituto Brasileiro de Jogo Responsável), que detém 75% do mercado brasileiro de apostas, confirmou que este projeto está em desenvolvimento e em fase de testes para entrar em prática no ano que vem.
O reconhecimento facial funcionará de maneira parecida com o usado em aplicativos de bancos e outras instituições financeiras, verificando a identidade de jogadores, só que desta vez o público alvo são os apostadores das inúmeras plataformas presentes em nosso país. Caso exista qualquer inconsistência, o sistema bloqueará o acesso destes cadastros às plataformas de apostas, esta exigência foi lançada através de uma portaria da SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas) em maio deste ano.
IBJR também usará IA para combater fraudes
Além de prevenir fraudes, o sistema também apoia a lei 14.790/23 que regulamenta o setor e proíbe categoricamente as apostas vindas de menores de 18 anos e também respeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente. A tecnologia não será a única implementada pelo IBJR, que também anunciou que as casas de apostas também terão a seu dispor, uma ferramenta que usa inteligência artificial para bloquear apostas indevidas.
Segundo o próprio instituto, o sistema cruzará dados fornecidos pelo governo e também pelas empresas do mercado financeiro para fomentar a sua base de informações. Com o sistema que será implementado em breve, o Brasil será o 1º país a adotar tal medida no mundo das apostas, que a idealizou para criar um ambiente cada vez mais saudável e controlado.
Cartão do Bolsa Família também entra na mira do governo
Outra medida que também está sendo implementada pelo governo brasileiro é o bloqueio do uso do cartão do bolsa família para fazer apostas esportivas. Este impedimento vem junto ao adiantamento da lei que proíbe o uso dos cartões de crédito onde os apostadores geram uma dívida posterior.
Aliás como salientado por Wellington Dias, Ministro do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome, a proibição foi antecipada também para não gerar diferenças: “A medida é geral, para não criar, inclusive, um preconceito contra cartão do Bolsa Família, a medida geral que vale para todos os cartões vale também para o cartão do Bolsa Família”- afirmou o ministro.
Ainda ligado aos beneficiários do Bolsa Família, um dado que chama atenção é que segundo um estudo do Banco Central, somente em agosto deste ano, R$ 3 bilhões foram gastos em apostas. Este montante foi movimentado, segundo o BC, a partir de 5 milhões de beneficiários do programa de transferência de renda brasileiro, o que vem gerando muita repercussão nos últimos dias.
SIGAP segue com 246 licenças solicitadas
Todas estas medidas serão vigentes para as bets cadastradas no SIGAP (Sistema de Gestão de Apostas), atualmente constam 246 licenças solicitadas através de pelo menos 98 empresas. Existem ainda 26 empresas que podem operar somente em estados específicos liberadas pela justiça.
Enquanto isso, existem 2030 empresas que foram bloqueadas pela ANATEL já no começo do dia 11 de outubro, onde ela acionou por volta de 21 mil empresas de telecomunicações para realizar este bloqueio. Entretanto, muitas bets internacionalmente legalizadas continuam disponíveis via VPN para os brasileiros que querem continuar a apostar nestas plataformas.