Regionalização: uma possível solução para a triagem de resíduos

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Ainda sem trabalho de triagem desde o início de fevereiro, quando encerrou o contrato com a CRC Cooperativa de Catadores dos Vales do Taquari e Rio Pardo Ltda., Venâncio Aires segue estudando qual a melhor alternativa para retomar o serviço. O plano inicial mudou: se logo após o rompimento a prioridade máxima era contratar um novo prestador – inclusive, abrindo o processo de contratação emergencial, que não chegou a um vencedor -, agora o foco é preparar um espaço adequado para a operacionalização da Usina de Triagem.

A bola da vez é a possibilidade de uma união de esforços. Na quarta-feira, 7, em uma reunião do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), foi discutida a hipótese da instalação de uma usina que atenda a vários municípios da região.

“A gente tem conversado bastante a nível de Cisvale para pensar em alternativas coletivas. Os pequenos municípios nunca tiveram triagem. E as taxas de triagem nos que têm são muito baixas, então é um problema que muitas prefeituras querem corrigir”, explicou a secretária de Meio Ambiente, Carin Gomes, em entrevista ao programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, na quinta-feira, 8.

Na Capital do Chimarrão, por exemplo, o contrato com a antiga operadora de triagem exigia, ao menos, 10% de reaproveitamento. No entanto, a média de 2023 ficou em apenas 6,07%, de acordo com dados da pasta. O cenário se repete em Santa Cruz do Sul, onde o índice também está abaixo do desejado pela Prefeitura.

Carin entende que, caso a possibilidade de regionalizar o serviço avance e se concretize, seria necessário mais do que um ponto de triagem no Vale do Rio Pardo para dar conta da demanda. Ao todo, 17 cidades compõem o Cisvale. “A gente precisa, de uma vez por todas, conseguir reaproveitar melhor os nossos resíduos e não mandar todos eles para o aterro sanitário”, afirmou.

“Não é um assunto só do poder público. É de todo mundo, do cidadão, da empresa. Mesmo se a Prefeitura conseguir fazer 100% da gestão de lixo adequada, não vai funcionar se a população não participar.”

CARIN GOMES
Secretária de Meio Ambiente

Nova usina

Em paralelo às discussões regionais, a Secretaria de Meio Ambiente (Semma) trabalha conjuntamente com a Secretaria de Planejamento e Urbanismo para elaborar um novo projeto para a usina. Inclusive, não está descartada a instalação em um outro local, e não em Linha Estrela, como é hoje. De acordo com a titular da Semma, foi diagnosticado que é necessário pensar no hoje e nos próximos cinco, 10 e 20 anos, já que o volume de lixo está aumentando. Desde a primeira metade de 2023, o volume em Venâncio Aires cresceu cerca de 30%.

As equipes técnicas fizeram uma vistoria completa onde fica a usina, mas já há uma decisão de que há necessidade de melhorias estruturais para que o ambiente seja adequado, do ponto de vista de segurança e ambiental. “O projeto está em elaboração e vem sendo trabalhado um Termo de Referência para pensar em que tipo de empresa se quer, qual serviço precisa ser executado e quais equipamentos se têm que ter para fazer a triagem de forma mais eficiente”, explicou Carin Gomes.

O desejo da pasta é de que uma licitação para a reestruturação seja aberta o mais breve possível. Uma vez concluída a nova Usina de Triagem, será contratada uma empresa para operar no local.



Juan Grings

Juan Grings

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter na Folha do Mate e na Rádio Terra FM.

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