O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) está cada vez mais perto de oferecer um serviço completo em exames de imagem e essa condição passa diretamente pela implementação da ressonância magnética. Como as obras de reestruturação do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) devem ser finalizadas na próxima semana e o equipamento de ressonância já passa por alguns testes, a expectativa é de que o novo serviço no município esteja disponível à população a partir de 10 de abril.
“Estamos nos trâmites de organização de protocolos e finalização de obra. Com a instalação dos móveis, solicitamos à Vigilância Sanitária a vistoria e, em seguida, a parte de cadastro. Acreditamos que até 10 de abril já esteja em funcionamento, pelo menos os particulares, já que SUS e convênios também dependem das respectivas liberações”, explicou Adriana Siemionko, administradora da CTSul, parceira do HSSM na implementação da ressonância.
Ainda conforme ela, a ideia é apresentar a estrutura para o corpo clínico do hospital na próxima quarta-feira, 22. Já a inauguração deve ocorrer mais para o fim de abril, quando já estiver em funcionamento. Inicialmente, devem ser realizados cerca de 20 exames por dia, mas tudo dependerá da demanda.
CTSul
A empresa, de Bagé, trabalha há 35 anos com diagnóstico de imagem. O contrato com o HSSM contempla, além da implementação da ressonância (com setores numa área de cerca de 200 metros quadrados), toda reestruturação do primeiro andar do hospital – esquina das ruas Tiradentes com a Jacob Becker -, onde está o CDI.
A parceria foi acordada para 10 anos e estipula que o HSSM terá um percentual sobre o faturamento dos exames, o que, inicialmente, será usado como reembolso para a empresa, que fez as melhorias físicas. A estimativa é que em três ou quatro anos esse percentual vire receita para as finanças da instituição.
Diferente dos demais exames disponíveis no CDI, a ressonância será gerida totalmente pela CTSul. Rômulo Pedroso será o gestor da empresa em Venâncio Aires. O técnico em Radiologia, Marcelo Régis, também ficará no município, onde comandará a máquina da sala técnica. Ele terá o suporte de um técnico base, Thiago Ferreira, que atuará on-line, em Bagé.
Segurança
A máquina, que pesa seis toneladas, chegou ao hospital no início de fevereiro, vindo diretamente da empresa Siemens, com sede em São Paulo. Ela é montada no Brasil, mas 90% dos itens que a compõem são importados.
Ela está instalada dentro de uma sala isolada com alto campo magnético, onde está proibido o acesso de pessoas sem ‘investigação de metais’. Por exemplo: pessoas com marcapasso cardíaco ou implantes metálicos não podem entrar. Também são proibidos objetos metálicos, eletrônicos e ferromagnéticos, como joias, canetas, chaves, relógios, cartões de crédito e celulares.
As paredes da sala onde está o equipamento têm cerca de 50 centímetros de espessura. Além da alvenaria, há sete camadas de aço silício, mais madeira, isopor e alumínio. Toda a estrutura e as proibições de acessos são necessárias para garantir a segurança, já que o equipamento pode ser comparado a um grande ímã.
A cada dois meses, um físico médico de Porto Alegre estará no hospital para atestar o melhor funcionamento da máquina, além de dar o aceite da maca e cadeira de rodas específicos para conduzir os pacientes aos exames. Foi instalada uma porta extra, com senha, para que apenas pessoas autorizadas possam acessar a sala de exame e a sala de comando.
As medidas de segurança precisam ser seguidas à risca para evitar acidentes, como o que aconteceu em janeiro, em São Paulo. Um homem morreu depois de ser atingido pela própria pistola enquanto acompanhava a mãe em uma ressonância magnética. Como o equipamento funciona como um ímã, a arma foi ‘puxada’. Assim que bateu no aparelho, disparou e o homem acabou baleado na barriga.
R$ 4 milhões – É o investimento com a compra do equipamento de ressonância e reforma no CDI do hospital.