A primeira sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Venâncio Aires, presidida pelo juiz Maurício Frantz, nesta terça-feira, 25, terminou com réu condenado. Sandro dos Santos, de 54 anos, foi sentenciado a 8 anos, em regime semiaberto, por uma tentativa de homicídio praticada na noite do dia 9 de novembro de 2019, no bairro Diettrich. A vítima foi atingida por dois tiros, mas sobreviveu.
O julgamento foi o primeiro do ano e marcou a estreia do magistrado como titular da 1ª Vara. Às 9h13min, ele deu início aos trabalhos, lendo quesitos de impedimento e depois sorteando os jurados. O conselho de sentença foi formado por quatro homens e três mulheres, responsáveis por analisar as teses de acusação, feitas pelo promotor Pedro Rui da Fontroura Porto; e defensivas, através da defensora pública Luciana Artus Schneider.
Apenas uma testemunha e o réu prestaram depoimento em plenário. A testemunha abonatória não presenciou o atentado, que aconteceu na rua 7 de Setembro, por volta das 20h50min. Na época, o réu e a testemunha trabalhavam em uma empresa de vigilância. Sandro saiu para atender a um chamado e depois levaria um remédio para a sua filha e aproveitaria para jantar.
Segundo ele, ao chegar em frente à sua casa, viu um grupo de crianças brincando e gritando e pediu para que fossem um pouco para o lado, já que sua filha estava com problemas de saúde e precisava descansar. Na sequência, ele entrou em sua casa e estava com um prato na mão, jantando, quando a vítima, Airton dos Santos, na época com 24 anos, atravessou a rua e veio na sua direção. Uma das crianças que brincava na rua era enteada da vítima.
Na versão do réu, Airton estava armado com algum objeto – ele chegou a dizer que era uma barra de ferro – e lhe proferia ofensas. “Eu perdi a cabeça, peguei a arma, que estava guardada dentro de casa, fui até a rua e atirei. Não sei quantos tiros dei e só depois me dei conta do que tinha feito”, explicou. Questionado pela defensora se a sua intenção era de matar a vítima, foi enfático: “Nunca ia querer matar alguém. Só queria dar um susto nele”.
Terminadas as explanações, os sete jurados se reuniram em sala secreta e decidiram, por maioria, pela condenação. Eram 14h30min quando o juiz Maurício Frantz leu a sentença, que condenou o réu. A pena será executada provisoriamente, mas sem prisão preventiva.