A 71ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco ocorreu na terça-feira,31 de outubro, de forma híbrida. Um dos assuntos da pauta foi a designação para a presidência que, por unanimidade, reconduziu Romeu Schneider, vice-presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Ao agradecer a confiança, o presidente disse que “disse que continuará trabalhando em defesa da cadeia produtiva do tabaco pela importância social e econômica que ela representa e, certamente, precisa de muita atenção manter todos os envolvidos nesta atividade.”
Às vésperas da Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 10) e da terceira Reunião das Partes (MOP 3) do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilegal de Produtos do Tabaco, o assunto foi debatido. Schneider lembrou as diversas visitas, encontros e audiências realizadas em instâncias governamentais para levar informações sobre o setor. “Estamos a poucos dias da COP e ainda não temos a posição oficial do Governo, apenas uma pré-agenda que pode não ser a definitiva”.
Sobre a produção de tabaco no Rio Grande do Sul, Schneider lembrou que a produção sul-brasileira da safra 2022/2023 chegou a 605.703 toneladas. O Rio Grande do Sul produziu 256.947 toneladas, uma participação de 42,4%, com 64.761 famílias produtoras, em 117.675 hectares. A receita bruta do tabaco, valor recebido pelos produtores, no Sul do Brasil, foi de R$ 10.977.929.575,49. Neste total o Rio Grande do Sul participou com R$ 4.632.146.279,32, o que representa 42,2%. O preço médio praticado no Estado foi de R$ 18,03. “Para se obter a mesma lucratividade de um hectare de tabaco é preciso 6,37 hectares de soja e 7,66 de milho”.
Sobre as exportações, o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, disse que, entre janeiro e setembro de 2023, o Brasil exportou 369.604 toneladas e US$ 1.959.657 milhões, o que representou -10,12% e 20,22%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2022. Ele ainda apresentou os resultados da pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS), sobre o Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil. “A pesquisa demonstra que 80% dos produtores de tabaco enquadram-se nas classes A e B, enquanto a média geral brasileira não chega a 25%. Os números falam por si. No passado podíamos falar em desinformação. Mas hoje, com o acesso que temos, ainda insistir que o setor do tabaco no Brasil desmata, uso muito agrotóxico, usa mão de obra infantil, é atestar total desconhecimento ou má fé ao tratar de uma cultura que é tão importante para milhares de pessoas”, enfatizou Schünke.
Do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), João Nicanildo Bastos dos Santos apresentou a Gestão de Risco e Oportunidades no Mercado de Créditos de Carbono. “Não conheço nenhuma outra cadeia produtiva com esse nível de organização nesta questão da sustentabilidade e vale a pena colocarem no radar uma pesquisa sobre o potencial do crédito de carbono dentro da cultura do tabaco e, a partir das informações compartilhadas hoje, é possível que tenham um pote de ouro dentro da cadeia produtiva. Quando a pesquisa demonstra que o produtor está utilizando mais energia solar, isso tem um peso muito grande na redução do carbono. Depois da apresentação não tenho dúvida de que o tabaco está muito forte na área sustentável, pelas próprias condições que tiveram do mercado e que exigiu resiliência. Estão todos de parabéns”.
COP 10 a MOP 3
A Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 10), será de 20 a 25 de novembro, e a terceira sessão da Reunião das Partes (MOP 3) do protocolo para Eliminar o Comércio Ilegal de Produtos do Tabaco, de 27 a 30/11, ambas no Panamá.
Próxima reunião
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco voltará a se reunir no dia 18 de março de 2024, em Santa Cruz do Sul, durante a Expoagro Afubra que está agendada para ocorrer de 19 a 22 de março. As próximas reuniões estão marcadas para 17 de julho e 30 de outubro, em Brasília.
Fonte: AI Afubra e SindiTabaco