Roseli Kessler: produtora rural e dona de sua própria história

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Mais de 3 mil agricultoras são aguardadas no 28º Encontro Regional de Mulheres Rurais, que ocorre amanhã, no Parque Municipal do Chimarrão. A programação tem como tema ‘Mulheres trabalhadoras rurais: donas de sua própria história’. Entre as produtoras que vão marcar presença no evento está Roseli Kessler, 50 anos, moradora da Linha Olavo Bilac. Ela é integrante da Comissão de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Venâncio Aires.

Mãe de Bruno Felipe Kessler, 15 anos, e casada há 26 anos com Daniel Kessler, 56 anos, administra, junto do marido, a propriedade de 41 hectares, sendo o arroz a principal fonte de renda da família, com 30 hectares de área plantada.

Natural de São Martinho, Santa Cruz do Sul, nem sempre morou no interior. Após se formar no Ensino Médio no Colégio Estadual Monte Alverne, foi morar para a cidade, quando trabalhou em supermercado e venda de roupas. Após casar com Daniel, voltou para o interior e decidiu ser agricultora.

A produtora rural é dona de sua própria história: é autônoma, dirige trator e é a responsável pela armazenagem dos grãos de arroz, no silo secador, construído há um ano. Todas as segundas-feiras, faz questão de acompanhar pela transmissão no Facebook a sessão da Câmara de Vereadores. Segundo ela, é importante sempre estar por dentro e buscar informações do que acontece no município. Como exemplos de lideranças de mulheres, Roseli cita a vice-prefeita Izaura Landim e a presidente da Câmara de Vereadores, Claidir Kerkhoff Trindade. Em agosto do ano passado, participou da Marcha das Margaridas em Brasília com o STR de Venâncio Aires.

“Ser trabalhadora rural não é fácil, como moramos no interior, algumas coisas são difíceis para nós. Nós mulheres, precisamos de um item básico para que possamos fazer o nosso trabalho: estradas boas e transitáveis, para que seja possível fazer o transporte do nosso produto”, ressalta. Ela também cita a necessidade de mais investimento para o setor primário. “Precisamos de mais auxílio para destinar a agricultura”, complementa.

Há 28 anos, Roseli conquistou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), categoria B. Ela conta que, com isso, se tornou mais independente. “Para ir para a cidade facilitou muito e não dependo de ninguém.” Outro fato que ela destaca é a vontade de aprender coisas novas. Com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), foi possível realizar os cursos de Inclusão Digital, Panificação, Derivados do Leite e Compotas.

Seu maior sonho é ver o filho Bruno fazer a sucessão na propriedade. Neste ano ele foi selecionado para estudar na Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc), onde cursará o Ensino Médio junto do curso técnico em Agropecuária.

PRODUÇÃO

Na próxima semana, a colheita do arroz se inicia na propriedade. A família também produz soja e milho. Há quatro anos, o casal parou com a produção de leite, que contava com 27 vacas na ordenha.

“Como dependemos do clima, nossa empresa é a céu aberto, em finais de semanas e feriados a gente trabalha, quando tem sol. Estamos sempre trabalhando. Aqui muitas coisas são feitas de forma manual, como por exemplo, para controlar a água da lavoura de arroz é necessário abrir taipas com a pá. Então preciso ser muito persistente, pois o serviço não é nada fácil”, ressalta Roseli.



Júlia Brandenburg

Júlia Brandenburg

Acadêmica do curso de Jornalismo na Universidade de Santa Cruz do Sul

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