Sindicato dos Metalúrgicos de Venâncio Aires completa 35 anos

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Entidade representante de uma das categorias mais tradicionais do município, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Venâncio Aires comemora 35 anos, neste sábado, 17 de fevereiro. Melhorias salariais, conquistas de direitos trabalhistas e uma série de benefícios assistenciais oferecidos aos sócios marcam a história do sindicato, que atualmente tem 1,2 mil associados, e representa uma categoria de mais de 2,5 mil trabalhadores.

“Muito do que fizemos não aparece, mas mesmo quem acha que não se beneficia com o sindicato, usufrui de tudo o que conquistamos. Qualquer trabalhador que hoje começa como metalúrgico já se beneficia, entra com um piso, com direitos que estão na convenção coletiva”, observa o presidente do sindicato, Adolfo Celoni da Rosa, que cumpre o terceiro mandato à frente da entidade.

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Adolfo Celoni da Rosa, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

O piso inicial do metalúrgico hoje é de R$ 1,6 mil e passa a R$ 1.795,20, após os 90 dias de contrato. Com relação às conquistas inseridas na convenção coletiva, Rosa cita o quinquênio – adicional de 3% no salário a cada cinco anos de trabalho na empresa -, auxílio-estudante e auxílio-creche. “Ao longo do tempo conseguimos que muitas cláusulas da convenção coletiva fossem respeitadas, como os feriados de sábados compensados durante a semana, pagamento de adicional e reflexo sobre as horas extras”, explica.

Entre as principais lutas atuais do sindicato está incluir o benefício da cesta básica (vale-alimentação) para funcionários de todas as empresas do ramo. Segundo Rosa, essa é uma forma de compensar a alta no preço dos alimentos, que não é possível, apenas, com o reajuste salarial.

“Tivemos muitos avanços na questão trabalhista, conseguiu-se garantir a efetivação de muitos direitos que estavam na convenção coletiva mas não eram cumpridos, e houve uma evolução grande na estrutura do Sindicato, com diversos serviços assistenciais oferecidos aos sócios e seus dependentes.”

ADOLFO CELONI DA ROSA – Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Venâncio Aires

Valorização da categoria

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Venâncio Aires, a valorização da categoria precisa estar na pauta de toda a sociedade, considerando a importância dos profissionais para a economia do município, que é um dos maiores polos metalmecânicos do Rio Grande do Sul. Empresas do ramo, como Metalúrgica Venâncio, Venax, Refrimate e Fundição Venâncio Aires, estão entre as maiores da cidade, e empregam milhares de trabalhadores.

“O Sesi tem trazido uma grande preocupação com a falta de mão de obra no futuro, e para fazer com que o trabalhador se interesse por atuar na indústria é preciso boa remuneração. Não basta apenas oferecer qualificação, é necessário que os trabalhadores sejam bem remunerados”, analisa.

Ao encontro disso, Rosa observa o que os objetivos de funcionários e empregadores precisam estar alinhados, para o bem comum. “Empresas buscam o lucro e, nós, como sindicato, prezamos pelo bem-estar das pessoas, para que possam trabalhar e garantir a boa produtividade na empresa. É preciso enxergar o trabalhador. São diferentes pontos de vista, mas buscamos sempre dialogar com todos, entender cada situação, achar o consenso.”

Diretoria

  • Presidente: Adolfo Celoni da Rosa
  • Vice-presidente: Ana Paula Kaustmann
  • Secretária-geral: Janaína dos Santos Porto
  • 1ª secretária: Carla da Rosa Dias
  • 2º secretário: Gerson Dionei Queiroz
  • Tesoureiro: Everton Rafael Ernesto Lopes
  • 2ª tesoureira: Jussara Venancio
  • Suplentes de diretoria: Luciana Aparecida da Silva, Bernadete Graeff, Cledio Arend, Gian Garcia da Rosa, Natanauan Lubinajara da Silva, Robson Adriano Candido Bibiano e Sandra da Trindade
  • Conselho fiscal
  • Efetivos: Jaqueline Ferreira de Moraes, Elsonia Elsenbacha Arend, Maria Conceição da Silva Faleiro
  • Suplentes: Luis Carlos da Silva, Fabiano da Silva Queiroz e Ricardo Cristiano Zarth
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos (Foto: Divulgação)

Assistência: advogado, dentistas e médicos à disposição

Quando se fala em benefícios para os sócios do Sindicato dos Metalúrgicos, a assistência à saúde é um destaque. Além de convênios com dezenas de profissionais, que oferecem desconto nas consultas particulares, a própria entidade conta com consultórios e uma equipe de médicos clínicos gerais, pediatra, ginecologista, psicóloga e dentistas. O atendimento é totalmente gratuito para associados e dependentes (cônjuges e filhos de até 18 anos).

Secretária do Consultório Médico, Andressa Haas (Foto: Divulgação)

“Tivemos uma grande evolução na área assistencial. Com certeza foi a que mais cresceu nos últimos tempos. Antigamente havia dentista duas vezes na semana, eram longas filas para conseguir um atendimento. Hoje temos todos os dias e uma estrutura qualificada para que esses profissionais atendam”, cita o presidente do Sindicato.

No ano passado, foram 2,8 mil consultas odontológicas, 561 de clínico geral, 601 de ginecologista e 187 coletas de exames pré-câncer, 360 atendimentos pediátricos e 233 de psicologia.

Profissionais

• Médicos clínico geral: Astor Verner Brandenburg e Lai Shao Chi

• Ginecologista: Luana Gassen

• Pediatra: Samanta Feilstrecker

• Psicóloga: Bruna Hickmann

• Dentistas: André Puthin, Ana Carolina Oswald, Elisangela Kretschmer, Iraiacê dos Santos da Luz, Joice Ribeiro, Jonas Caríssimi, Larissa Roessler e Volnei Ruaro.

• Advogado: Edson Gregório

Sedes para eventos

Sócios do Sindicato dos Metalúrgicos têm à disposição dois espaços para realização de festas e eventos: a sede social, que fica junto aos demais serviços do Sindicato, na rua Júlio de Castilhos, 49, com capacidade para 60 pessoas; e a sede campestre, no bairro Industrial, às margens da RSC-453, com capacidade de 120 pessoas.

História: em busca de melhores salários e condições de trabalho

Uma assembleia realizada nas dependências do Sindicato da Alimentação, na rua Coronel Agra, na noite de 17 de fevereiro de 1989, marcou a criação do Sindicato dos Metalúrgicos de Venâncio Aires. No entanto, a história foi sendo construída nos anos anteriores, inicialmente como a Associação dos Metalúrgicos de Venâncio, que funcionava como um ‘braço’ do sindicato de Santa Cruz do Sul.

Darci da Silva foi vice-presidente na primeira gestão do Sindicato (Foto: Arquivo pessoal)

“Aos poucos fomos percebendo que era preciso ter um sindicato próprio em Venâncio, que desse mais força para lutar por melhorias no salário”, recorda o metalúrgico aposentado Darci Antônio da Silva, 66 anos, vice-presidente na primeira diretoria do sindicato de Venâncio, ao lado do presidente Arnildo da Silva (já falecido). “Logo que começamos, a categoria era muito forte”, afirma.

Ele cita uma greve de 25 dias, que paralisou toda a produção da Venan, em busca de melhor remuneração. “Outras empresas também pararam, mas não por tantos dias. Na Venan só entrava quem era da chefia ou do escritório. A produção toda ficou parada, e inclusive fazíamos pedágios para arrecadar dinheiro e ajudar quem era mais necessitado, para que não furasse a greve. Foi uma vitória para nós”, relembra.

A busca por melhores salários, condições de trabalho e o pagamento da insalubridade estiveram entre os principais impulsos para a organização sindical, em meio a um cenário de intensa mobilização social, com a redemocratização do país, após 21 anos de Ditadura Militar.

Localmente, a década de 1980 também foi marcada por episódios de grande impacto para os metalúrgicos. O principal foi a falência da então Metalúrgica Venax, em 1982, empresa que empregava 850 funcionários e da qual dependiam cerca de quatro mil pessoas. Entre eles, estava Darci da Silva, que então se transferiu para Encruzilhada do Sul para trabalhar. Na reabertura da empresa, com o nome Venan (atual Venax Eletrodomésticos), cerca de dois anos depois, foi convidado a voltar a trabalhar e permaneceu até 1993, como apontador, quando se mudou para Canoas, onde reside até hoje.

Darci permaneceu na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos nas duas primeiras gestões. Antes de contar com sede própria, por um período, a entidade funcionou junto ao Sindicato do Calçado e Vestuário.

Presidentes

• Arnildo da Silva – 1989 a 2002
• Elemar Luiz da Luz – 2003 a 2007
• Darli Estraich – 2008 a 2012
• Adolfo Celoni da Rosa – 2013 a 2026

Sócio desde 1989

O aposentado Paulo Roberto de Lima, 56 anos, é associado ao Sindicato dos Metalúrgicos desde o início, em 1989. Ele lembra que chegou a participar de assembleia em Santa Cruz do Sul, na época, como funcionário da empresa Rubra. “O crescimento nesses 35 anos é evidente. As primeiras reuniões eram apenas no terreno e hoje se tem uma sede boa, com muitos benefícios”, observa o morador do bairro Bela Vista, que trabalhou a vida toda nas áreas de refrigeração e metalurgia.

Mesmo aposentado, Paulo Roberto de Lima segue associado e usufrui dos benefícios oferecidos pelo sindicato (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

Dos serviços oferecidos pelo sindicato, recentemente, Lima utilizou a consultoria do advogado, em uma questão judicial. “Minha esposa usa muito o dentista e sempre que precisamos também tem médico ou os descontos para consultas particulares”, acrescenta ele, que segue associado ao sindicato como autônomo.

Lima também cita que a família já utilizou os salões de festas para comemorações, tanto na sede junto sindicato, na área central da cidade, quanto na sede campestre. “Tem uma ótima estrutura e é bem organizado, tudo o que se precisa para fazer um evento”, afirma. Além disso, o metalúrgico aposentado ressalta a importância do apoio prestado pelo sindicato em momentos de dificuldade. “São grandes parceiros. Eles estão sempre dispostos a ajudar. Já auxiliaram como uma ação entre amigos para meu irmão e a conseguir um andador para minha mãe”, lembra, agradecido.

Duas décadas como funcionária do Sindicato

Responsável pelo administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos, Luciana Bittencourt Bartoldy, 43 anos, trabalha há duas décadas na entidade. Para ela, que atua diretamente no atendimento aos associados, é muito gratificante acompanhar o avanço da estrutura e dos serviços oferecidos aos sócios.

luciana bittencourt bartholdy Venâncio Aires
Luciana: satisfação em fazer parte da história do Sindicato há 20 anos (Foto: Juliana Bencke/Folha do Mate)

“Houve uma grande evolução assistencial. Muitos buscam pelo atendimento de médico ou dentista, a partir da indicação de colegas, outros trabalhadores que já utilizam”, comenta. Para ela, que é conhecida por muitas pessoas simplesmente como “a Lu do Sindicato”, é uma satisfação auxiliar as pessoas e fazer parte da história da entidade.

“O Sindicato são todos juntos se ajudando”

Edson Silveira, conhecido como Itaqui, destaca a importância do Sindicato (Foto: Arquivo pessoal)

Desde que passou a residir em Venâncio Aires, em 2011, Edson Roberto dos Santos Silveira, 54 anos, é associado ao Sindicato dos Metalúrgicos. Itaqui, como é conhecido, por conta da sua cidade natal, encontrou na entidade a ajuda em um momento de grande dificuldade: uma cirurgia realizada em Porto Alegre, para retirada de um nódulo na garganta.

“Tenho muita gratidão a eles por todo suporte, com transporte, ajuda nos exames e consultas”, ressalta ele, que também destaca os atendimentos odontológico e jurídico que utilizou. “Toda a família é metalúrgica e somos associados. O Sindicato tem um papel muito importante. Não é só uma pessoa, são todos juntos se ajudando.”

Apoio durante o tratamento de câncer da filha

Mara com a filha Laura: gratidão pelo auxílio da entidade durante o tratamento de saúde (Foto: Arquivo pessoal)

Mara Luft, 39 anos, trabalha há quase 19 anos na Refrimate. Desde então, é associada ao Sindicato, do qual utiliza com frequência as consultas com dentistas e convênios para exames. “A mensalidade de todo o ano já se paga em uma consulta com médico ou dentista. Vale muito a pena”, considera.

Além disso, ela contou com um importante apoio durante o tratamento da filha Laura Luft Vieira, 10 anos, contra um retinoblastoma – câncer na retina. A menina tinha 1 ano e 1 mês, quando foi diagnosticado o tumor maligno. A partir daí foram cerca de quatro anos de muitas consultas, exames, cirurgia, sessões de quimioterapia e radioterapia.

“De radioterapia foram 25 sessões e tinha semanas que íamos e voltávamos de Porto Alegre todos os dias, com alguém do Sindicato que nos levava. Quando precisamos ir para São Paulo, também foi com o Sindicato que fomos até o aeroporto, em Porto Alegre”, relembra Mara.

Além disso, em muitas situações, quando não era possível utilizar o transporte da Prefeitura, em fins de semana ou feriados, por exemplo, a família contava com o Sindicato para a locomoção. “Somos muito agradecidos por tudo o que fizeram para nos ajudar, para a recuperação da Laura.”



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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