Patinadora venâncio-airense no auge da patinação, campeã sul-americana
Patinadora venâncio-airense no auge da patinação, campeã sul-americana (Foto: arquivo pessoal)

Venâncio Aires está a um dia de encerrar os Jogos Sul-Americanos de Esportes sobre Rodas, que trouxe delegações da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Urugual, além do Brasil. Para uma venâncio-airense, em especial, a competição teve um enorme significado. “Ver a cidade onde cresci, sediando um dos maiores campeonatos da América Latina, é algo extremamente gratificante. Vê-se o quanto a cidade cresceu e a representatividade que ganhou no mundo da patinação.” São palavras da campeã sul-americana de patinação artística e Destaque Esportivo em 2019, Lívia Haas Heinen.

Atualmente, o foco de Lívia está na faculdade de Medicina (Foto: arquivo pessoal)

A filha de Danino e Glaci Heinen não escode o orgulho em ver sua cidade sediando importante evento do esporte que lhe deu projeção nacional e internacional. Ela começou a patinar aos quatro anos de idade. Ainda pequena, estreou em torneios organizados pelo clube onde treinava, o Pattins Sul de Santa Cruz do Sul. Aos 12, se destacou no Campeonato Gaúcho e participou de cinco modalidades no Campeonato Brasileiro, sediado em Venâncio Aires. Em 2019, atingiu seu ápice aos 15 anos, conquistando o Sul-Americano em Joinville, Santa Catarina. “Lembrar do nome aparecendo no topo da lista do resultado da competição foi uma emoção indescritível.”

Mas, para chegar ao topo da América Latina de patinação juvenil, Lívia teve que encarar treinos bem intensos, como ela mesmo recorda. “Todos os dias, depois do colégio, ia treinar. Em Venâncio e em Santa Cruz. Alguns dias, ficava até a noite no ginásio para fazer aulas particulares e aperfeiçoar ainda mais a técnica.” Na medida que o campeonato se aproximava, passou a treinar aos fins de semana. “Além disso, fazia reforço muscular na academia. A parte artística treinava em casa também. Escutava a minha música e interpretava na frente do espelho, tentando passar a emoção que precisaria transmitir na hora.” E ainda haviam períodos do ano que fazia curso com técnicos internacionais. “Nesses casos, ficávamos uns quatro dias em treinos intensos de grupo e individuais.”

A sensação de oferecer o máximo em quadra e atingir o objetivo foi surreal, na opinião da hoje acadêmica de Medicina. “O trabalho foi árduo. Foram muitas horas de treino, muitos dias de descanso trocados pelo esporte. Mas, quando a gente ama o que faz, tudo vale a pena.”

Residindo em Lajeado, na última semana Livia conseguiu acompanhar o campeonato pela internet. Na sexta-feira, 8, compareceu ao ginásio poliesportivo para assistir algumas provas da tarde.

Gratidão

Em função da faculdade de Medicina, Lívia Haas Heinen não tem patinado, mas garante que o esporte sobre rodas continua ocupando “um lugar especial no coração”. “Não só as conquistas, mas todo o processo, o amadurecimento que eu tive, justamente por fazer parte desse esporte”, observa. Para ela, patinação é uma prática esportiva complexa. É mais do que equilíbrio e beleza. “Envolve técnica, precisão, sentimento, confiança.” Por mais que seja individual, entende que o atleta não conseguiria evoluir sozinho. “O técnico é uma peça fundamental do processo, porque trabalhando como um time é que os resultados vêm”.

A campeã sul-americana da patinação aproveita para deixar seu agradecimento às técnicas que fizeram parte da sua trajetória: Mariana Gassen Vione (Mima), Regina Kafer, Letícia de Borba e Bruna Karnopp. Também cita o colombiano Pedro Romero. “Ele veio diversas vezes para dar cursos para a gente. Ele me ajudou muito, inclusive via redes sociais. A gente conversava, ele fazia correções. Foi incrível.” Pedro é o atual técnico da Colômbia e do atual campeão mundial, Bryan Carreno.