Gabriel José Baumgarten, de 25 anos, é o autor da morte do taxista Paulo Ricardo Lucas de Oliveira, o Paulinho, de 60 anos, praticada na manhã do sábado, 3, no interior de Venâncio Aires. Esta é a conclusão das investigações feitas pelos agentes da Polícia Civil, depois de ouvir testemunhas e analisar imagens de câmeras de monitoramento. O caso será encaminhado ao Poder Judiciário e se o Ministério Público oferecer denúncia e se ela for acatada, o suspeito do crime responderá por latrocínio.
O crime, tipificado como hediondo – com pena de 20 a 30 anos de reclusão -, ao contrário do que muita gente imagina, não é julgado em um júri popular. A pena dos latrocínios (onde se analisa o roubo que teve como resultado a morte da vítima) é imposta por um juiz, baseado nas provas que constam nos autos do processo.
Investigações

Baumgarten já responde a um crime praticado no dia 10 de outubro do ano passado, em Santa Maria. De acordo com as investigações policiais, ele é o autor da morte de um homem de 42 anos, praticado com golpes de faca, a maioria que o atingiu na cabeça.
A morte do taxista, analisou o delegado Paulo César Schirrmann, foi praticada com alguma semelhança ao crime cometido em Santa Maria. Paulinho foi morto com diversos golpes de faca, principalmente na cabeça. O taxista também apresentava cortes nas mãos e braços, demonstrando que entrou em luta corporal com o assassino, na tentativa de se defender.
O rapaz apontado como autor deste latrocínio foi preso por volta das 21h do sábado, no bairro Industrial. Como ele, além do celular do taxista e a quantia de R$ 411, os policiais militares apreenderam um cartão bancário em nome de um homem de 39 anos, que reside em Vila Estância Nova.
Chamado para prestar depoimento, o morador da Estância disse que no dia 28 de agosto foi vítima do furto da sua carteira, a qual continha uma quantia em dinheiro, documentos e o cartão bancário apreendido com Baumgarten. “E acreditamos que ele seja o autor do furto, pois prestou serviços para aquela vítima no dia do furto”, explicou o inspetor Cassiano Dal Ongaro, responsável pelas investigações do crime.
Crime premeditado
As investigações indicam que o crime foi premeditado. Ao buscarem provas que colocam Baumgarten na cena do crime, os agentes do Setor de Investigações (SI) descobriram que dois dias antes o taxista fez uma corrida para o suspeito. Os policiais também descobriram que às 9h52min do sábado, 3, Baumgarten esteve em posto de combustíveis, no bairro Macedo, onde pediu um celular emprestado para um cliente para ligar para um taxista.
O dono do aparelho ouviu ele dizendo que precisava ir cobrar uma conta de um ‘colono’ onde havia feito um serviço de alambrador e disse que o esperaria (taxista), na entrada do Beco do Laçaço.
No começo da tarde, o taxista é encontrado morto, ao lado do táxi, na estrada conhecida como Rincão do Inferno, no Passo do Cananéia. É uma estrada sem saída, que acaba em uma fazenda.
Por volta das 18h, um morador vê Baumgarten caminhando por um potreiro, em direção ao bairro Industrial. Ele estava sem camisa, apesar do entardecer frio. Outro morador da localidade também o vê caminhando em direção ao bairro Industrial.
Por volta das 21h, o dono de um bar vende um lanche e um refrigerante para Baumgarten, que reclama do fato de não conseguir um táxi para ir embora. Ele vai para outro bar, onde compra um ‘xis’ e pede para o filho do proprietário ligar para um taxista. O jovem tenta, mas a ligação não completa.
Ao sair do estabelecimento, Baumgarten é preso.
Relembre o crime
O taxista Paulo Ricardo Lucas de Oliveira, de 60 anos, foi morto por volta das 10h30min do sábado, 3, na localidade de Passo do Cananéia. O horário não é preciso, mas os agentes da Polícia Civil descobriram que pouco antes das 10h, o indivíduo apontado como autor do latrocínio foi visto nas imediações de um posto de combustíveis, no bairro Macedo.
Os policiais acreditam que o taxista Paulinho, como ele era conhecido entre os colegas de profissão, o buscou naquele local para fazer a corrida, já que momentos antes ele esteve com a sua namorada, em outro ponto da cidade e disse que iria fazer uma corrida para a região de Vila Mariante.
Os agentes também descobriram que Gabriel José Baumgarten, de 25 anos, preso como suspeito da autoria do crime, disse para algumas pessoas que havia feito trabalhos de alambrador (construir cercas) e que precisava ir cobrar o tempo trabalhado. O que aconteceu entre o momento em que o suspeito embarcou no táxi, um Toyota Etios, e a morte de Paulinho, ainda é uma incógnita.
Quando a Brigada Militar foi acionada por populares, o corpo do taxista estava caído ao lado do carro, já desfalecido, com diversas marcas de cortes de faca e ensanguentado. Também havia muito sangue dentro do táxi, principalmente no banco do caroneiro, do lado do motorista. Os policiais e peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) também constataram que havia sangue nas laterais e na traseira do automóvel.
Umas das suspeitas é de que o assassino tenha tentado colocar o corpo do taxista no porta-malas, mas não conseguiu e isso explica as manchas de sangue naquele local. De confirmado é que o taxista reagiu ao saber que seria assaltado ou vítima de outro crime.
Isso ficou evidente nos diversos cortes nas mãos e braços. Afora estes ferimentos, Paulinho foi atingido por diversos golpes na cabeça, o que deve ter sido a causa da morte. O suspeito do crime foi preso por volta das 21h do sábado, no bairro Industrial, e estava em poder do celular do taxista e de R$ 411.