Quatro anos pode ser pouco tempo para um adulto, mas na fase da infância e adolescência representa muitas mudanças. Neste período, crescem fisicamente, amadurecem, mudam de opinião, aprendem e se reinventam. As perspectivas sobre o futuro também mudam muitas vezes, assim como as visões do mundo, os sonhos e os planos.
Com esse intuito de criar e resgatar memórias, a professora Jaqueline Henn Stohr propôs a ideia de uma cápsula do tempo com a turma do então 8º ano do Ensino Fundamental do Colégio Bom Jesus, em 2019. A ideia surgiu depois da leitura do livro ‘Uma carta para o mundo’, trabalho realizado na disciplina de Ensino Religioso. “Pedi que eles fizessem uma carta falando sobre o que gostavam e como projetavam o mundo em 2023, para só acessarmos novamente neste ano”, afirma.
A atividade fez parte da temática projeto de vida, quando falaram sobre responsabilidade, metas e planejamento. A cápsula foi enterrada no pátio da escola no dia 10 de dezembro de 2019. Junto das cartas dos alunos, uma edição do jornal Folha do Mate foi depositada no cano.
A estudante Fernanda Bortoluzzi, 17 anos, diz que não lembrava do que tinha escrito. Se surpreendeu ao ver que seus pensamentos e metas não mudaram. Em 2019, escreveu que o sonho era ser médica pediatra. E, hoje, intensifica os estudos para o vestibular de Medicina. Fernanda sonha em cursar a faculdade na Universidade do Vale do Taquari (Univates), em Lajeado. “Estamos em um momento bem marcante na escola, de despedida. Estávamos ansiosos para abrir a cápsula, porque parecia algo tão distante e hoje já é realidade, tudo vai ficar na saudade”, afirmou.
Amanda Moraes Hackenhaar, 18 anos, disse que as preferências pessoais descritas na carta seguem as mesmas. Na época, ela dizia que ainda não sabia qual profissão queria seguir no futuro, mas hoje já se prepara para as provas do vestibular para cursar Medicina. “A gente percebe como mudamos, mas também como muitas ideias seguem as mesmas. É uma recordação muito bonita, com certeza vamos guardar”, completou.
A coordenadora pedagógica da instituição, Rosimeri Battisti Haas, também acompanhou as atividades e escreveu uma carta há quatro anos. “Eu escrevi que meu sonho era poder acompanhá-los na formatura e hoje posso dizer que vou realizar este sonho”, disse aos estudantes.