A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) analisa a possibilidade de oferecer novos cursos no campus de Venâncio Aires, o qual completou 20 anos em março. Segundo o reitor, Rafael Henn, o curso de Engenharia de Alimentos é a possibilidade mais forte no momento. Ele explica que recentemente houve uma pesquisa de campo em Venâncio, para identificar quais as demandas de cursos que o município tem. “Precisamos lançar cursos que vão ao encontro com a procura no município e, principalmente, e este é um planejamento nosso, que a oferta seja exclusiva para Venâncio Aires.”
Essa preocupação local passa, segundo Henn, pela realidade dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Direito, que são oferecidos em Venâncio Aires e também em Santa Cruz do Sul, e que, pela proximidade, faz muitos optarem por se deslocar e estudar no município vizinho. “Atualmente, temos cerca de 500 estudantes residentes em Venâncio que estudam em Santa Cruz, nos mais variados cursos. Então, se ofertarmos cursos no campus Venâncio que tenha, sobretudo, necessidade de investimentos, como laboratórios, estes cursos não poderão ter a sua oferta em Santa Cruz.”
Com isso, Rafael Henn reforça o que já vem sendo ventilado nos últimos anos, devido ao Centro Vocacional Tecnológico (CVT) da Proteína Animal: a possibilidade de ter o curso de Engenharia de Alimentos. “Temos em nossa região uma demanda em função do polo da proteína animal. O CVT tem a proposta de ter laboratórios estruturados para atender a cadeia de proteína animal, basicamente os frigoríficos da região. Esses laboratórios poderiam ser utilizados à noite para o ensino do curso. Isso faz com que o investimento necessário para o curso seja bem menor e a sua oferta seria exclusivamente no campus da Unisc em Venâncio Aires”, explica.
Para isso, ainda, o reitor destaca que é preciso aguardar a definição e o andamento da segunda fase do projeto do CVT da Proteína Animal “e se assim a Prefeitura entender pertinente.”
CVT parado
Concluído há meio ano, o primeiro módulo do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) da Proteína Animal de Venâncio Aires, em Linha Ponte Queimada, ainda não tem data para efetivamente ser explorado como um local de estudos e inovação na área agrícola. Isso porque, até o momento, a Prefeitura não teve sinalização do Governo Federal sobre envio de recursos para o custeio dos cursos e pesquisas. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Venâncio, Marcos Hüttmann, já havia falado dessa preocupação em janeiro e, até agora, não teve novidades.
Hüttmann voltou a dizer que o Município já tem conversas com empresas de tecnologia e biotecnologia, além da Unisc, em busca de alternativas para usar o espaço e que provavelmente não será um laboratório, devido ao custo para equipar – aproximadamente R$ 1 milhão. Desde o fim de 2018, quando foi assinado o contrato com Caixa Federal e Unisc, o Município recebeu cerca de R$ 900 mil para construção do primeiro módulo (312 metros quadrados) e compra de equipamentos. Sobre a equipação, são R$ 118 mil disponíveis, mas, como os valores são de cinco anos atrás, foi necessário atualizar o orçamento para tentar encaixá-lo numa licitação. Ainda está em processo de compra.
A obra, executada pela construtora Invicta, fica na área da antiga Fundação Ambiental de Venâncio Aires. Inicialmente, o CVT foi projetado para proporcionar cursos a agricultores, pensando na qualificação da produção. Entre eles, conservação do solo e água, melhoramento genético dos rebanhos, ovinocultura, avicultura, suinocultura, piscicultura e apicultura.