O Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), que reúne 14 instituições de Ensino Superior, presentes em 400 municípios do estado, busca o apoio do Governo Federal para evitar a evasão de estudantes afetados pela catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul.
De acordo com o presidente do Comung e reitor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Rafael Henn, a entidade encaminhou ao Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, liderado pelo ministro Paulo Pimenta, a solicitação de uma bolsa-permanência para alunos que tiveram prejuízos por conta das enchentes.
“Muitos perderam suas casas e todos os bens. Se não tiverem essa bolsa por um período, para terem uma esperança e poderem permanecer no Ensino Superior, vão evadir”, analisa. De acordo com Henn, com a perspectiva de redução do número de estudantes no Ensino Superior, há uma grande preocupação com a competitividade profissional do Rio Grande do Sul. “E quem perde com isso a médio e longo prazo é a sociedade.”
Questionado pela Folha do Mate sobre a possibilidade do incentivo aos universitários gaúchos, o secretário executivo do Ministério da Reconstrução do RS, Maneco Hassen, informou que uma reunião com o Comung está prevista para a próxima semana.
Conhecimento científico local
Durante o evento Gente & Negócios, promovido pela Folha do Mate e Terra FM na quarta-feira, 29, o reitor da Unisc e presidente do Comung, Rafael Henn, reforçou o quanto as universidades comunitárias podem contribuir no contexto do pós-enchente no Rio Grande do Sul, por meio dos profissionais e das pesquisas desenvolvidas.
“São cientistas competentes que conhecem a realidade do estado e podem contribuir muito neste momento de reconstrução”, ressaltou, ao observar que, diferentemente de consultorias externas, contratadas pelos governos de forma pontual, as instituições de ensino permanecem nas regiões. “No modelo comunitário todo recurso gerado é reinvestido em projetos de pesquisa, ensino e extensão. Investir na universidade é investir na comunidade.”
Segundo Henn, o Comung tem tido um diálogo com o Governo do Estado, a fim de reforçar a importância do trabalho das universidades comunitárias. “As ações a médio e longo prazo têm que ser por meio da ciência, não há como repetir os erros que cometemos ao longo do tempo”, destacou.
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