“Um dia desesperador”. Assim o superintendente administrativo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venâncio Aires definiu a segunda-feira de atendimentos na unidade localizada no bairro Cruzeiro.
Conforme Rodrigo da Silva, foram realizados 296 atendimentos nesta segunda-feira, 15, levando a UPA a atingir o recorde de atendimentos diários desde que foi inaugurada, em junho de 2014. A capacidade da unidade é de 150 atendimentos diários. “Chegamos a registrar fila de 30 pessoas do lado de fora da UPA. Foi algo sobre-humano para quem atendia e para quem estava esperando atendimento”, desabafa.
Segundo Silva, 55% dos atendimentos registrados nesta segunda-feira foram relacionados a queixas respiratórias, o que inclui pacientes com sintomas suspeitos de Covid ou até com teste positivo para a doença. Chama atenção, segundo o superintendente administrativo, que uma parte destes pacientes confirmaram a doença com testes realizados em farmácias ou laboratórios particulares.
O aumento nos atendimentos, de acordo com Silva, vem sendo registrado nas últimas semanas, especialmente nas segundas-feiras. No dia 1º de fevereiro foram 208 atendimentos; 258 foram prestados no dia 8; e 296 nesta segunda-feira, 15. “A segunda-feira sempre é o dia mais difícil historicamente”, observa.
“Não queremos culpar a pandemia. Nossa intenção é preservar as pessoas e a nossa equipe.”
RODRIGO DA SILVA – Superintendente administrativo da UPA 24 hora
Medidas emergenciais
Prevendo novos dias de atendimentos acima da capacidade, a administração da UPA começa a traçar medidas emergenciais. O assunto será tema de uma reunião marcada para essa quarta-feira, 17, com a Secretaria Municipal de Saúde e oHospital São Sebastião Mártir (HSSM), que é responsável pela gestão da UPA de Venâncio. “Nossa equipe é diferenciada e sempre primamos pela qualidade, baixo tempo de espera e resolutividade. Queremos encontrar uma alternativa para seguir com os atendimentos da forma que a nossa comunidade merece, sem sobrecarregar nossos profissionais. Estamos no limite”, frisou.
A orientação é para que a população siga o protocolo de atendimento instituído pelo Município e procure a UPA realmente quando for necessário, pois a unidade segue sendo referência para outros atendimentos, entre eles, os casos menos urgentes que antigamente eram atendidos no hospital. O protocolo foi criado justamente para desafogar o pronto-atendimento do hospital.
Nesta terça-feira, 16, até o começo da tarde, o movimento na UPA estava dentro da normalidade. Porém, estima-se que o dia feche com uma média de 180 a 190 atendimentos, o que já representa 25% acima da capacidade diária.
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