Para garantir a imunização contra o vírus da Influenza (gripe), a população a partir dos 6 meses de idade já pode se vacinar em todo o estado do Rio Grande do Sul. A enfermeira coordenadora do Centro de Imunizações, Janete Fernandes de Souza, relata o crescente número de problemas respiratórios nesta época, muitos relacionados à Influenza, gripe, Covid-19 e outros vírus. “Importante as pessoas aproveitarem e procurarem a prevenção”, afirma.
Ontem o Governo do Estado decretou emergência em saúde pública com foco na prevenção e enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente em crianças. O decreto, assinado pelo governador Eduardo Leite, será publicado no Diário Oficial do Estado de hoje.
Janete ressalta que a vacina precisa de 10 a 15 dias para deixar a pessoa protegida. Ela pede que as pessoas procurem os postos de saúde com sala da vacinação, especialmente aquelas inclusas em grupos especiais e prioritários, como gestantes, idosos e crianças de 6 meses até 5 anos. “Muitos têm receio, mas a vacina é segura e importante ser feita neste momento, para dar uma freada nos casos de problemas respiratórios”, destaca. A procura do público, segundo a enfermeira, é frequente, e os sábados com horários especiais têm bastante adesão. “Percebemos que as pessoas estão preocupadas para fazer a vacina”, constata.
Entre os cuidados básicos, Janete enfatiza a necessidade de manter os ambientes arejados, fazer uso de máscara em ambientes fechados compartilhados com mais pessoas e se hidratar. Para se vacinar, a única contraindicação é a pessoa estar febril. Neste caso, é importante aguardar a febre passar, pois pode estar associada a outro vírus ou infecção. A vacina previne contra a Influenza A, Influenza B e H1N1, ou seja, três diferentes tipos de vírus da gripe. Para se vacinar, é necessário que as pessoas apresentem documento de identificação e uma caderneta de vacinação, para registro da imunização.
Sem gripe
Na tarde de ontem, o Centro de Imunizações registrou grande movimentação de pessoas buscando a vacina contra a gripe. Entre elas esteve Jaqueline Bohn Schonardt, 36 anos, gestante e que se vacinou na semana passada, mas ontem, levou a filha Stella Bohn Schonardt, de 6 anos, para se imunizar.
A pequena é estudante do 1º ano do Ensino Fundamental do Colégio Bom Jesus e estava com um pouco de medo para receber a ‘picadinha’, mas entendeu que era para não ficar doente e foi corajosa. A mãe destaca que leva a pequena todos os anos e também busca se proteger. Este ano, tem um motivo especial: 31 semanas de gestação e aguardando a chegada de Lauren. “Antes, ‘pegávamos’ fortes gripes e, depois da rotina de vacinação, todos os anos, dificilmente um leve resfriado ‘nos pega’”, comenta.
Parte do grupo prioritário, Kátia Kuffel, 37 anos, também garantiu a vacina ontem. Ela está grávida de 18 semanas e espera o Ernesto. “Agora tenho um cuidado ainda maior, mas todos os anos me vacinei e isso sempre fez a diferença”, observa. A administradora ainda contou que os pais, Vilmar e Gládis, que são idosos, também se vacinaram e alerta para as pessoas que relacionam a vacina com o aparecimento de um resfriado dias depois. “Penso que a campanha contra a gripe poderia ser ainda mais cedo. Ajudaria, já que a vacina precisa de alguns dias para ter efeito”, conclui.
- Neste sábado, 24, das 8h às 12h, o Centro de imunizações estará aberto para vacinação contra a Influenza (gripe).
Números da vacinação contra a gripe
- Já foram aplicadas 8.593 doses e a média de cobertura entre gestantes, idosos e crianças é de 29,55%.
- Nos idosos com 60 anos ou mais, foram 4.972 doses aplicadas (33,04%).
- Nas gestantes, 251 doses, ou seja, 46,40%.
- Nas crianças de 6 meses a 5 anos, foram 612 vacinas, somadas a primeira e a segunda dose, com 14,71%.
Emergência em saúde pública
Devido o decreto de emergência em saúde pública, já foi anunciado neste mês pela Secretaria da Saúde (SES) um investimento de R$ 20,8 milhões na Operação Inverno Gaúcho, a serem aplicados na Atenção Primárias e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
A medida foi adotada diante do aumento expressivo de casos e da demanda nos serviços de emergência, com filas de espera, o que representa elevado risco à população. Com o decreto, as redes hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem priorizar medidas emergenciais para a oferta de leitos clínicos e de terapia intensiva voltados ao atendimento de casos de síndrome respiratória. A validade do decreto é de 120 dias, a contar da data de publicação.
De acordo com dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), divulgados no painel disponível em ti.saude.rs.gov.br/srag, o Rio Grande do Sul registrou neste ano, até ontem, 4.099 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em Venâncio Aires, segundo o painel, neste ano foram registradas 58 hospitalizações por SRAG, sendo que 18 necessitaram de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e quatro pessoas morreram. Por Influenza (gripe), são cinco hospitalizações, duas com UTI e nenhum óbito. A Covid-19 tem sete internações, dois pacientes com a necessidade de UTI e nenhum óbito. Para VSR não há registros na Capital do Chimarrão.
Riscos e hospitalizações
Em Venâncio Aires, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), segundo o superintendente administrativo, Rodrigo da Silva, o aumento da demanda de atendimentos foi percebido na última semana. Ele destaca que a elevação na demanda geral da equipe subiu em pelo menos 30%. No último fim de semana, Silva estima que de 70% a 80% dos atendimentos tiveram relação com queixas respiratórias dos pacientes, no entanto, mesmo com a crescente, a equipe da UPA está conseguindo ‘dar conta’ da demanda. “No momento estamos sob controle, estamos dando conta da demanda”, afirma Silva.
No Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de acordo com o administrador Luís Fernando Siqueira, a condição é de lotação, porém os motivos não são somente relacionados aos casos de síndrome respiratória. O Pronto Atendimento (PA), por vezes, é fechado, devido à lotação de pacientes. No setor, são oito leitos. “São acidentes, problemas cardíacos e os mais variados atendimentos, entre eles as questões respiratórias. Aumentou, mas não são as grandes vilãs pelo menos por enquanto”, diz. Ele destaca que, até o momento, o quadro está semelhante com os anos anteriores, portanto, nada anormal em Venâncio Aires.
- 243 – foi a média diária de atendimentos na semana passada na UPA de Venâncio Aires.
- Com informações do Governo do Estado
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