O período de calor é alerta para o mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue. Na Capital Nacional do Chimarrão, anualmente a infestação do mosquito provoca muitos casos suspeitos da doença e, por isso, é preciso atentar às ações de prevenção. Neste ano, até o momento, segundo a Vigilância Sanitária, foram dois casos confirmados, um no início de janeiro e outro no fim de fevereiro, este último contraído fora do município.
O coordenador do setor, Gabriel Alves, afirma que outras 18 notificações de casos suspeitos foram negativadas e, agora, um teste aguarda o resultado do Laboratório Central do Estado (Lacen). Na Vigilância Epidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde, a coordenadora e enfermeira Carla Lili Müller enfatiza que a procura por testes e atendimentos relacionados a sintomas e dengue está baixa. “No momento, o que mais aparece são pessoas com sintomas de gripe e, por isso, a procura por testes de Covid-19 é maior”, afirma ela.
Carla explica que no local são oferecidos os testes com coleta de sangue, que devem ser feitos a partir do oitavo dia de sintomas. Essa análise é enviada para o Lacen. Já o teste rápido oferecido nas UBSs Santa Tecla e Gressler é feito com amostra de sangue coletada da ponta do dedo, e a indicação é fazê-lo até o quinto dia de sintomas.
“Para triagem, o teste rápido não é definitivo, pois para controle da dengue em Venâncio Aires, o resultado positivo deve vir da coleta de sangue feita por nós e enviada para o Lacen”, esclarecer a enfermeira. Dessa forma, quando o teste rápido tem resultado positivo, a pessoa é encaminhada à Vigilância Epidemiológica, para ser submetida ao segundo teste. Para o tratamento dos sintomas da dengue, a coordenadora explica que os casos são avaliados individualmente, pois dependem do nível dos sintomas.
Ação
Gabriel Alves ressalta que as ações de prevenção no município nunca pararam e que as visitas dos agentes da Vigilância Sanitária seguem acontecendo nos bairros com maiores índices de proliferação do mosquito da dengue. Além disso, recursos como a ovitrampas – uma espécie de armadilha feita com levedo de cerveja para atrair a fêmea do mosquito – e aplicações de larvicidas são usados frequentemente. A última aplicação ocorreu no dia 10. “Agora estamos monitorando e analisando o que tivermos de resultados, para depois planejar a próxima aplicação”, diz. Pontos estratégicos – 32, no total – são visitados a cada 15 dias pelos sete agentes do setor.
O coordenador explica que em Venâncio Aires todos os recursos liberados pelas diretrizes do Estado, contra a dengue, estão sendo aplicados. A equipe que compõe o Comitê Municipal de Mobilização, Fiscalização, Combate e Controle do Mosquito Aedes Aegypti, Prevenção da Dengue, da Febre Chikungunya e do Zikavírus está procurando outras alternativas e formas independentes, que se forem possíveis, também serão aplicadas, como os mosquitos transgênicos. Neste método, os mosquitos machos, ao cruzarem com as fêmeas – responsável por transmitir a dengue -, só vão reproduzir mosquitos machos, que não picam e não transmitem doenças. O comitê faz reuniões uma vez ao mês.
Sintomas de dengue
• As primeiras manifestações da dengue que surgem são cefaleia (dor de cabeça) e febre alta. Além disso, podem ser comuns dores retro-orbital (atrás dos olhos), abdominal, nas articulações, sintomas gástricos, dor no corpo e manchas na pele, podendo ocorrer também sangramentos nasais e gengivais.
Estações em desequilíbrio
O coordenador da Vigilância Sanitária de Venâncio Aires, Gabriel Alves, afirma que a infestação do mosquito Aedes aegypti já é realidade e, para além da estação do verão, o alerta de atenção agora se espalha também pelo outono e arrisca a abranger mais meses do ano.
“Estamos com as estações bagunçadas, não estão mais como eram anos atrás, não temos mais orientações fixas e isso faz com que o risco alto de transmissão permaneça o ano todo”, explica. Em alguns casos, a doença é de outras cidades e acaba se espalhando pelo município.
O levantamento do nível de infestação é analisado a cada três meses, e o último apontou que os bairros com mais risco de transmissão da dengue são o Gressler, Centro e Cidade Alta. Depois, aparece o bairro Coronel Brito.
Dicas para evitar o Aedes
Mesmo com todos os recursos usados no município, a forma de prevenção mais eficaz deve ser feita por todos os cidadãos, com ações simples, como:
• Recolher resíduos e pneus
• Colocar areia ou terra em pratinhos de plantas
• Vedar caixas de água e cisternas
• Manter tratamento de piscinas
• Limpar ralos e calhas
• Manter vasos de quiosques fechados
• Manter a limpeza de terrenos com vegetação aparada
• Cuidado com bromélias: borrifar uma vez por semana solução de um litro de água e uma colher de sopa de água sanitária