Nesta época do ano, é sempre comum aparecerem casos da doença mão-pé-boca nas crianças pequenas que, geralmente, frequentam escolas de Educação Infantil. Neste ano, até o momento, segundo a enfermeira coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Carla Lili Müller, Venâncio Aires tem registro de surto em uma escola municipal, com quatro casos de crianças infectadas. Ela explica que os casos isolados não são notificados pelo Município, apenas quando há três ou mais casos em um mesmo local, considerado surto. Além disso, ela afirma que nenhuma escola particular relatou casos ou surto da doença.
Para alertar sobre os cuidados e como proceder com a prevenção e o tratamento da mão-pé-boca, a pediatra Fernanda Sousa de Almeida esclarece sobre a doença. A profissional afirma que ela é viral, causada pelo vírus Coxsackie, e mais de um subtipo do vírus pode causar a doença. Por isso, a criança pode pegar a mão-pé-boca mais de uma vez. “É altamente contagiosa e a transmissão é pelo contato direto com as lesões, pela saliva, fezes e através de objetos contaminados”, observa.
Fernanda destaca que a mão-pé-boca inicia com febre nos primeiros dias, pode dar vômitos e diarreia também. Depois, surgem lesões principalmente na boca, tipo aftas, na palma da mão e pequenas bolhas na planta dos pés, por isso o nome. Além disso, também podem surgir lesões na genitália e na área de uso da fralda. Para prevenir, a pediatra reforça que é preciso evitar o contato com pessoas doentes, e lavar bem as mãos e objetos que tenham entrado em contato com pessoas infectadas.
Suspeitas
A pediatra afirma que, neste período do ano, sempre acontecem muitos casos e a contaminação pode ocorrer em até 10 dias após o início dos sintomas. A transmissão pelas fezes se estende ainda por mais tempo. “Nesse período, a criança deve ficar afastada da escola ou creche e evitar o contato direto com outras crianças, principalmente”, orienta. O tratamento é sintomático, quando são usadas medicações para aliviar os sintomas de dor, febre e coceira. E mesmo que a doença seja bastante comum nas crianças de até 5 anos, pode também acometer pessoas de qualquer idade, inclusive adultos.
“Todos os dias atendo mais de uma criança com suspeita. As que frequentam creches e escolas são as que mais se infectam, pela facilidade de contaminação através de contato direto, troca de brinquedos e secreção das vias aéreas.”
FERNANDA SOUSA DE ALMEIDA
Pediatra