Empreendedorismo, para Karen Schulz, tem sabor de chocolate belga. é esse um dos principais ingredientes utilizados na produção de brigadeiros gourmet, os quais inventa, testa e comercializa para seus clientes. Aos 25 anos, a jovem está à frente de um empreendimento que leva o seu nome, e que além dos deliciosos docinhos, também aposta em itens sazonais, como ovos de Páscoa, e inovações que agradam aos olhos e ao paladar, como a ‘estonteante’ pizza de brownie.
Toda a história começou, no entanto, ainda na infância. Acostumada a ver a mãe fazer doces – os quais eram vendidos em Porto Alegre, cidade onde a família morava -, Karen aprendeu naturalmente essa arte. Na adolescência, ainda residindo na capital, já preparava algumas receitas para serem vendidas no recreio do colégio, uma forma de garantir ‘um dinheirinho’ no fim do mês.
Aos 18 anos, a jovem mudou-se para Venâncio Aires para acompanhar o pai, que havia sido aprovado em um concurso público. E foi no município, que Karen resolveu apostar naquilo que já fazia parte de sua vida: a produção de doces.
Em 2015, enquanto mantinha um emprego de promotora de vendas de uma companhia telefônica, lançou a sua marca e passou a trabalhar nas primeiras encomendas. No início, comercializava sua produção em apenas um dia da semana. A procura foi aumentando, no entanto, e logo Karen se viu trabalhando além da conta.
Eu virava noites para fazer os doces, e no outro dia pela manhã tinha que estar no meu emprego. Hoje, acho estranho ter tempo para dormir”, diverte-se.
Foi em janeiro de 2016 que a jovem decidiu ser empreendedora em tempo integral. Desde lá, dedica-se diariamente à pesquisa de ingredientes, receitas e formas de apresentação. O chocolate belga (e suas versões mais inusitadas, como morango ou caramelo) é a base das receitas, assim como outros ingredientes considerados premium, como creme de avelã, leite em pó e doce de leite.
Para a apresentação dos doces, a regra é clara: trazer novidades com as quais as pessoas ainda não estejam acostumadas.
“Os clientes buscam algo diferente, um sabor diferente”, reforça.
E por falar em sabor, Karen é exigente. A jovem afirma que reconhece a marca dos ingredientes usados no preparo dos doces, apenas pelo paladar. Contudo, afirma que dificilmente saboreia suas criações, especialmente quando estão em fase de testes.
“Eu me inspiro, testo, dou para outras pessoas provarem, e peço a opinião sobre o que acharam”, comenta.
Só depois, a nova receita entra para o portfólio da confeiteira.
Essa, no entanto, parece ser a única etapa em que Karen ‘delega tarefas’. Isso porque ela faz questão de cuidar de cada detalhe da produção, pois assim, garante que a sua ‘assinatura’ esteja, de fato, nos produtos entregues.
“Quando estava criando minha marca, cheguei a pensar em colocar algum outro nome. Mas depois optei por ‘Karen Schulz – Brigadeiros Gourmet’ porque queria que os doces fossem mesmo meus”. A decisão, parece ter sido acertada. “Hoje, mesmo sendo ‘de fora’, vejo que as pessoas me conhecem pelo que eu faço”, explica, referindo-se à sua origem na capital do estado.
Com a maior parte da produção concentrada entre terça e sábado, Karen prefere o turno da noite para trabalhar, especialmente no verão, em função do calor. Durante o dia, testa receitas, divulga os produtos, recebe encomendas e faz entregas. Além de Venâncio Aires, a empreendedora também possui clientes em cidades da região, e em Porto Alegre. Para o futuro, deseja expandir seu negócio, e abrir uma brigadeiria, um tipo de loja já bastante comum em cidades maiores.
EMPREENDEDORISMOSobre as mudanças que o empreendedorismo trouxe à sua vida, Karen afirma que hoje possui maior independência, tanto em relação aos horários, quanto ao volume de trabalho.
“Quanto mais eu trabalhar, mais eu vou ganhar. Só depende de mim”, pondera.
A empreendedora lembra também, que é do seu negócio que obtém a renda para manter a si e a sua filha Laís, 6 anos.
é a pequena, aliás, que promete ser a nova promessa do segmento de brigadeiros gourmet.
“Ela diz que quer ser confeiteira”, conta a mãe, com uma pontinha de orgulho.
E a menina parece levar a escolha à sério. Recentemente, no ‘dia da fantasia’ na escola, Laís foi vestida como uma chef, e levou cupcakes para distribuir aos colegas. E se a menina tiver o mesmo espírito empreendedor da mãe, não é difícil imaginar que, logo, logo, será ela a vender as delícias no recreio do colégio. Um bom exemplo vindo de casa, certamente, não há de faltar.
