Onelso de Jesus Ferreira, 82 anos, e Antônia Severo, 69 anos, vivem um bailar de felicidade e harmonia. O namoro, iniciado há cerca de quatro anos, é cheio de alegrias compartilhadas pelas duas famílias, construídas antes de se conhecerem.
O trabalho numa fumageira da cidade fez com que os olhares se cruzassem pela primeira vez, há cerca de 14 anos. Durante esse tempo, Antônia viu o futuro namorado ficar viúvo, dançar com outras e se relacionar com outras mulheres. “Perguntava pra ele se ele estava namorando e ele dizia que sim e eu ficava pensando aí meu Deus do céu, será que nunca vai chegar a minha vez e eu ficava na minha”, relembra Antoninha, que sempre teve o apoio da família. “Ele sempre dizia para meu filho, que era colega dele de trabalho, que ele ainda seria seu pai. E meu filho dava risada.”
A primeira dança foi num ‘bailinho’ no Grêmio Recreativo Sete de Setembro. Sem estarem acostumados a dançar juntos, a primeira dança demorou para engrenar. “Ele parecia muito pesado, não estávamos acostumados de dançar juntos, eu tinha feito cursos de danças já, queria parar, mas ele disse calma, que nós temos tempo para aprender, tem que ter paciência”, conta.
Com um largo sorriso no rosto, Antoninha exalta as qualidades do seu namorado. “Ele é uma pessoa maravilhosa, me compreende, saímos para passear, almoçar, nunca discutimos, se arruma bem, ele chega lá em casa como um galã. Temos muita coisa em comum, adoramos sair com roupa de cores iguais, aí nos ligamos para combinar. Não preciso companheiro melhor, passeamos de mãos dadas, um sempre cuidando do outro.”
Cada um mora em suas respectivas casas e, de acordo com eles, não há planos para morarem juntos. “Assim é melhor, pois quando se vê aí tem saudade um do outro. Eu ainda trabalho e aí durante a semana, geralmente na quarta-feira nos ligamos para saber como está o outro. E no fim de semana no sábado ele vai lá em casa e vai embora só no domingo a noite. Passeamos, olhamos televisão, tomamos chimarrão.”