O ano era 2006. A cidade, Bento Gonçalves, localizada na serra gaúcha. Diretora executiva da Venax Eletrodomésticos, de Venâncio Aires, Fabiana Bergamaschi estava na rota da uva e do vinho para montar o estande no qual a empresa iria expor seus produtos durante a Movelsul Brasil, considerada a maior feira de móveis e complementos da América Latina. Mal sabia ela que uma ‘ameaça’ provocaria uma reação que resultaria em reflexos na sua linha de produção de fogões a lenha.
Bem à frente do ponto determinado para instalação do estande da Venax, uma empresa concorrente ultimava os detalhes de uma estrutura imponente que, conforme as palavras da diretora, ‘engoliria’ o espaço da indústria que representava. Não havia tempo para analisar indicadores, forças e fraquezas e traçar uma estratégia competitiva. Fabiana precisava de inspiração instantânea, não podia começar uma feira em situação de desvantagem. Preocupada com a situação e em busca de solução imediata, decidiu inovar.
Para surpresa dos colaboradores que a acompanhavam, fez encomenda de uma lata de tinta esmalte na cor amarelo e um pincel. E, quando o estande abriu para visitação, os fogões brancos, marrons e beges – até então únicas cores oferecidas pela Venax – disputavam a atenção dos consumidores com o ‘último lançamento’ da empresa, o fogão a lenha amarelo. O primeiro comentário da clientela não foi bem o que Fabiana queria escutar: “Amor, olha que coisa horrorosa”, disse uma moça ao marido enquanto conferia a novidade. Os que vieram na sequência, entretanto, trouxeram a certeza de que a medida tinha sido acertada. “Uma senhora viu, disse que era lindo e que queria o produto”, lembra a diretora, orgulhosa.
Tendências
Inicialmente, foi a necessidade de chamar a atenção, de mudar um cenário adverso, que fez com que Fabiana Bergamaschi tomasse a decisão de colorir – fora dos padrões tradicionais – o fogão a lenha. A ideia, de acordo com ela, surgiu de um ‘flash’ que passou na sua memória das viagens que fez por países como França, Alemanha e Itália. “No nosso setor, tendências mundiais chegam ao Brasil três, quatro anos depois. Pensei nisso, arrisquei e deu certo. A inovação não está, necessariamente, ligada à tecnologia. A repaginação de um produto e o seu posicionamento no mercado é que são realmente decisivos”, ensina.
Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 04/09/2014.