Embora os números da Secretaria de Saúde de Venâncio Aires confirmem que há uma cobertura vacinal considerável no município, a imunização é preocupação constante da Sociedade Brasileira de Imunizações. Consequentemente, também pauta as discussões da Associação Médica de Venâncio Aires (Amva).
Segundo a infectologista do Centro de Atenção a Doenças Infectocontagiosas de Venâncio Aires (Cadi), Sandra Knudsen, que também integra a direção da Amva, as pessoas têm receio em relação a possíveis reações provocadas por algumas vacinas. Com isso, ficam relutantes em fazer as prevenções de acordo com o calendário de imunizações. Ainda conforme Sandra, o que tem contribuído para isso são as informações que vem sendo divulgadas nas redes sociais para espalhar um conteúdo não confiável. Ou seja, que não possuem embasamento científico em relação à saúde. “É importante que as pessoas levem a sério as campanhas de imunizações para evitar que as doenças que antes já estavam controladas venham a surgir novamente, ao atingir a população e trazer consequências graves à saúde.”
Ela acrescenta que é normal surgir algumas reações no organismo, mas nada se compara às sérias consequências que as doenças podem trazer aos pacientes que não estiverem imunes. “Com a imunização conseguimos fazer um bloqueio para que o vírus não encontre um nicho para se disseminar.”
Vacinas a vida todaA médica Sandra Knudsen entende que a vacinação não deve ser preocupação exclusiva da população, mas que os próprios médicos também devem ficar atentos frequentemente para orientar e cobrar, quando necessário. Por isso, a Associação Médica do município trabalha com o objetivo de reforçar a importância da imunização, de modo que, os médicos também assumam o compromisso de cobrar dos pacientes uma carteira de vacinação em dia.
Sandra reforça que algumas imunizações estão voltadas para todas as idades ou até funções específicas. Isso inclui crianças, adolescentes, adultos, idosos e determinados trabalhadores, dependendo da área de atuação. “A procura por imunizações é maior para as crianças. Percebo que os adultos não tem o hábito de manter o calendário de vacinas atualizado, isso é uma grande preocupação.”
A médica destaca ainda que os meses frios são uma época onde geralmente aumentam os casos de pessoas com problemas respiratórios. Isso pode acarretar, por exemplo, no aumento também dos atendimentos em hospitais e postos de saúde. “Não há como quantificar o número de casos de internação que estão relacionados à falta de imunização, mas com prevenção, muitos deles poderiam ser evitados”, conclui.