O bom velhinho da barba branca, roupas vermelhas, barriga grande e que surge no mês de dezembro com suas renas e trenó, faz parte do imaginário de muitas crianças. No entanto, cada vez mais cedo é possível perceber o quanto os pequenos não confiam e nem acreditam mais na figura do Papai Noel. Embora ele seja considerado por muitas pessoas um dos símbolos natalinos, chega a hora em que os adultos precisam contar quem é o verdadeiro Noel.
Com a proximidade do Natal, as pessoas se mobilizam para deixar a casa enfeitada. A preocupação é ainda maior com as crianças, pois os adultos fazem de tudo para que a magia do Natal não se perca. De acordo com a psicóloga Joana Puglia, a fantasia de acreditar no Papai Noel é bonita, auxilia na construção da personalidade e traz todos os benefícios que as histórias infantis trazem, como, por exemplo, a criatividade e a criação do faz de conta. “A figura do Noel é um carinho, porque muitas pessoas gostariam de ter um bom velhinho por perto. Mas vale ressaltar, que nem todos interpretam isso da mesma forma”, comenta. Na opinião da profissional, é bom ter esse pensamento mágico de acreditar em Papai Noel, e torna-se interessante desenvolvê-lo e cultivá-lo: “Vamos precisar desse pensamento mágico para o resto da vida, até porque a criatividade faz parte de todas as profissões, mas existe o momento em que precisamos ter um pouco de lógica e de razão.”
As crianças vão crescendo, ficando cada vez mais espertas e inteligentes e, por isso, não se contentam mais com qualquer historinha de Papai Noel
Contar para as crianças sobre a fantasia em relação à existência do Papai Noel pode ser o ‘dodói’ de muitos adultos, mas mentir a vida toda
também não funciona, até porque chega um momento em que a criança vai descobrir o real.Conforme a profissional, quando a criança pergunta sobre a existência do Papai Noel, é o momento de falar a verdade, porque quando ela questiona, é sinal de que ela já desconfia dessa magia. “Os pais precisam ser verdadeiros para as crianças não perderem a confiança, pois a palavra tem que ter valor”, explica. Na opinião de Joana, a brincadeira é valida e é uma forma dos adultos também reproduzirem o que viram e viveram na infância. “Os pais ficam frustrados quando os filhos descobrem cedo, mas isso não quer dizer que é ruim”, comenta.
PAPEL DAS ESCOLASA psicóloga ressalta que é na escola que a verdade se estabelece. O educandário pode continuar a brincadeira, mas não é papel dele contar sobre a não existência do Papai Noel. “Na idade escolar, as crianças já são espertas o suficiente e acabam descobrindo coisas, porque os colegas contam, ou porque têm mais acesso à informação”, comenta Joana.
Ao continuar a brincadeira, a escola, conforme a profissional, deve manter a justiça, ou seja, os presentes recebidos devem ser compatíveis uns com os outros. “Um não pode receber um brinquedo enorme e o outro um brinquedo mais simples”, complementa.
Descoberta pela internet
Conforme informações do site Exame.com, no ar desde 1997, o Google é uma das principais formas que as crianças brasileiras aprendem a verdade sobre o Papai Noel.
De acordo com uma pesquisa global da HMA, uma fornecedora de redes virtuais privadas, 52% dos pequenos no Brasil sabem sobre a fantasia por meio da internet, em redes sociais, ferramentas de buscas ou em anúncios publicitários. O dado é reportado pelos pais dessas crianças.
A média da idade da descoberta passou de 7 anos e 10 meses para 6 anos e 11 meses de idade por conta do estabelecimento de fontes de informação online, como Google e Facebook. O número representa uma redução de 14,4% em relação à geração anterior.
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