Foi encaminhado ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul (PRSCS), ontem à tarde, o homem acusado de molestar sexualmente uma filha e uma enteada. Segundo as denúncias, as vítimas começaram a ser molestadas quando tinham sete e oito anos, respectivamente. O acusado é um pedreiro, de 42 anos, que estava foragido. Ele se apresentou ontem pela manhã e negou as acusações.
Pai de quatro filhos – três de outro relacionamento – o pedreiro se apresentou acompanhado por um advogado. Em depoimento ao inspetor João Luís Wagner, negou ter estuprado a filha e a enteada e disse estar sendo vítima de uma armação. “Enquanto eu estava dando dinheiro a elas – a ex-mulher e a filha que o acusa de estupro – estava tudo bem. Parei de dar dinheiro e apareceu isso aí”, declarou o pedreiro.
Calmo ao depor, mencionou que está separado da ex-mulher há quase dez anos. Sobre as denúncias de que dava dinheiro para a filha em troca de sexo, disse que realmente sempre deu dinheiro para a filha. “Ela me procurava e pedia dinheiro. Então eu ligava para a mãe dela e ela dizia que não tinha condições de dar nada e então eu lhe dava uns R$ 10”, justificou. No entanto, sempre negou os abusos sexuais.
Sobre as acusações, o pedreiro – que paga mais de R$ 600 de pensão aos outros três filhos – mencionou que é uma armação. Segundo disse, sua filha vive maritalmente com seu sobrinho, com o consentimento da mãe dela, sua ex-mulher. “Ela (filha) disse que ia se matar se não pudesse ir morar com ele (sobrinho)”, explicou o pedreiro, referindo que a adolescente mora com seu sobrinho há cerca de dois anos.
Como a filha é usuária de drogas, o pedreiro cita que a encaminhou a tratamento no Capas-AD, contra a sua vontade. “Isso também a fez ficar irritada comigo”, referiu. Ainda segundo o acusado, depois que ele parou de dar dinheiro, sua ex-mulher disse que ele nunca conseguiria formar outra família. “Por isso fizeram essa denúncia. Acusar é fácil. Quero ver agora eu conseguir provar que é tudo uma armação para me prejudicar”, referiu o pedreiro, enquanto aguardava para ser levado ao PRSCS.
Sobre a enteada, o pedreiro revelou que ela é filha de seu irmão.
ENTENDA O CASO
No último dia 9, a ex-mulher do pedreiro, de 50 anos, registrou na Delegacia de Polícia o estupro da filha, de 16 anos. Contou que a menina decidiu falar depois de conversar com sua outra filha, meia-irmã da adolescente, que hoje tem 24 anos, é casada, mãe e mora em outro município.
Em depoimento, a adolescente disse que começou a ser molestada quando tinha sete anos. Os abusos aumentaram e ela passou a ser estuprada e submetida a outras sevícias do pai. A jovem disse que com o tempo passou a usar drogas e sempre que pedia dinheiro ao pai, era estuprada.Ouvida na DP, a irmã mais velha denunciou que também foi vítima de estupro. Ela declarou que o padrasto e tio a molestava desde que ela tinha oito anos.
Baseado nos relatos, o delegado Paulo César Schirrmann representou pela prisão preventiva do pedreiro. O caso foi encaminhado ao Judiciário e a prisão preventiva foi concedida. Por isso, desde sexta-feira ele constava no sistema informatizado da Polícia Civil como foragido. O pedreiro chegou a ser procurado no interior de Boqueirão do Leão, onde possui parentes, mas não foi localizado.
O advogado que o defendo revelou que ainda ontem ingressaria com um pedido de relaxamento da prisão. A intenção é de que o pedreiro aguarde em liberdade o desdobramento do caso.