
O morangueiro, planta criada a partir do cruzamento de duas espécies de plantas nativas das Américas, é uma cultura muito difundida, não só comercialmente em áreas médias e grandes mas, sobretudo, em pequenas áreas e, principalmente, em hortas domésticas, para autoconsumo.
Conforme dados fornecidos pelo escritório municipal da Emater/RS-Ascar, em Venâncio Aires, a cultura é produzida por 19 agricultores familiares em escala comercial, o que soma mais de 30 mil plantas. A extensionista rural do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Djeimi Janisch, observa que a maior parte ainda é cultivada no solo e pouco pelo sistema de substrato em estufa plástica.
Com o foco voltado à agregação de renda da propriedade, Mônica Moraes, moradora de Linha Estrela, começou a investir forte na cultura e vem conseguindo obter ótimos resultados. Este é o sexto ano em que ela investe na produção de morango, que nesta safra soma 5,8 mil pés, sendo 1,8 mil em substrato em estufa plástica e 3,8 mil em túnel baixo. O morango plantado com o uso do sistema em substrato foi plantado em maio e começou a produzir há mais de três semanas, porém, o rendimento ainda está baixo, devendo aumentar gradativamente nas próximas semanas. Sob o túnel baixo, as mudas foram plantadas no fim do mês de março e começaram a produzir em julho.
Como o clima está desfavorável, Mônica não colhe todos os dias. “O rendimento é inferior à safra passada”, afirma. Desta forma, ela colhe nos dias que tem entrega programada para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e para outros clientes que fazem encomendas. Segundo ela, só não há mais comercialização porque não tem produção suficiente. A agricultora atribui a grande procura à qualidade e sabor dos frutos, que são produzidos sem o uso de defensivos agrícolas químicos.
Mesmo com o clima adverso e produção um pouco abaixo do esperado, os resultados até o momento são satisfatórios”, Mônica Morares.
Agregação de renda
A produção de morangos e de mudas de cebola, que neste ano somaram 1,6 milhão, são uma agregação de renda da família de Mônica. Ela e o marido produzem arroz, que é a principal cultura plantada na propriedade.
Ela explica que as duas culturas foram escolhidas para diversificar, pois são produzidas em épocas diferentes. A produção das mudas de cebola ocorre entre os meses de fevereiro, quando inicia o preparo dos canteiros e o semeio, até o mês de abril. Já o morango é plantado no fim do mês de março em túnel baixo, cuja colheita se inicia no fim de julho, e atinge o auge entre os meses de agosto e dezembro. A variedade plantada em substrato (suspensa e em canaletas) é plantada no mês de maio e a colheita também se estende até o mês de dezembro. “Com as duas culturas, obtenho renda praticamente o ano todo, exceto o mês de janeiro”, afirma.