Enquanto o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ameaça os camioneiros com pesadas multas – fala em R$ 5 mil a R$ 10 mil por cada hora dos motoristas parados -, o protesto ganha força em Venâncio Aires. Ontem, no maior ponto de concentração – em frente ao posto Chama, na RSC-287 -, dezenas de agricultores, empresários e demais pessoas da comunidade foram apoiar os manifestantes.

De maneira geral, os manifestantes entendem que a comunidade como um todo deveria se unir para dar ainda mais legitimidade às manifestações. “Todo mundo deveria participar, pois isso não é um problema apenas dos camioneiros”, observou o empresário Denis dos Santos, 34 anos.

Ontem à tarde ele deixou sua empresa e foi se juntar aos manifestantes. “Tem muita gente aqui, auxiliando com alimentos, água ou simplesmente dando força a eles”, resumiu.

Outra categoria que também começa a tomar as rodovias é a dos agricultores. Ontem à tarde, cerca de 20 tratores estavam posicionados às margens da RSC-287. “O problema não é só deles, é de todos nós”, mencionou o agricultor Lothário Frey, 52 anos.

Morador de Linha Estrela, ele levou seu trator até a frente do posto Chama e estacionou ao lado dos outros colegas de profissão. Segundo disse, não adianta a presidente Dilma Roussef falar em aumentar o preço do frete. “O que tem que diminuir é o preço do óleo diesel”, argumentou.

O motorista Marcos Ribeiro, 33 anos, que há 13 está nas estradas, ajuda na organização do protesto. Sem apontar lideranças, revelou que há muitas pessoas ajudando para que os manifestantes tenham o que comer e possam permanecer paralisados.

Uma lona foi levantada nas margens da rodovia, onde foi montada uma cozinha. Sobre uma mesa, pão, cuca, bolo e água à disposição das pessoas que permanecem no local.

Afora este ponto, os manifestantes bloquearam outras vias de acesso à cidade, principalmente no interior, como Linha Olavo Bilac e Vila Palanque. O binário que dá acesso ao Distrito Industrial é outro ponto onde são feitos bloqueios.