Neste período do ano, com calor e chuvas, a cultura da alface sofre um conjunto de problemas devido à instabilidade do clima. Para amenizar o impacto, além de um manejo preventivo eficaz, o produtor pode optar por cultivares mais resistentes às adversidades.

Foto: Edemar Etges / Folha do MateSucesso na produção de alface depende das técnicas adotadas
Sucesso na produção de alface depende das técnicas adotadas

Segundo a engenheira agrônoma do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Djeimi Isabel Janisch, mesmo os produtores mais experientes e que já passaram por vários verões, são surpreendidos com doenças e distúrbios fisiológicos em suas lavouras. “Isso se deve à instabilidade e inconstância do clima de um ano para outro, ficando difícil estabelecer um programa de manejo!”, frisa. Isabel observa que neste período ocorrem doenças foliares fúngicas e bacterianas tais como alternaria, cercóspora, pseudomonas, além de distúrbios como queima de bordas, pendoamento precoce, entre outros.

O período de temperatura elevada causa dois distúrbios principais na alface: o amargor da folha e folhas com as bordas necrosadas (tip burn). O calor excessivo torna as folhas mais duras e com o passar do tempo, mais amargas em função da produção de um látex, que aumenta a sua concentração na planta quando ela está “passando do ponto” de colheita. A queima dos bordos das folhas também é bem comum no verão. é causada pela deficiência de cálcio na planta. Este elemento é responsável pela manutenção da rigidez e integridade da célula da planta. Este sintoma pode ser um indicativo de necessidade de correção de acidez do solo e fornecimento de cálcio. No entanto, em solos com boa concentração de cálcio este sintoma também pode ocorrer. O cálcio é um nutriente que se movimenta pouco dentro da planta. No verão, com condições para rápido crescimento da planta, pode ocorrer de este nutriente não ser absorvido na velocidade necessária e também ocorrer este sintoma. Já existem no mercado variedades de alface mais tolerantes a este distúrbio.