Polícia não conseguiu tomar o depoimento do alvo do último atentado, praticado no início da tarde do dia 19, no bairro Macedo. O rapaz escapou ileso e segundo apurado pelo agentes do Setor de Investigações (SI), desapareceu de Venâncio Aires. Outras duas pessoas, que nada tinham a ver com o caso, foram feridas, mas se recuperam bem.

Durante as investigações, os agentes do SI fizeram outra descoberta importante: a arma usada neste atentado, pode ser a mesma que matou Juliano César Felipe, o Tuta, 38 anos, e feriu seu pai Orlando, 65 anos. Na noite do dia 10 de abril, dois indivíduos invadiram a casa onde eles morava com a família, na Vila Rica, e os balearam. O alvo, segundo os agentes do SI, era somente Tuta. Na parede e no assoalho do quarto onde ele dormia, a polícia recolheu alguns projéteis.

Conforme o inspetor Paulo Ullmann, eles são idênticos ao que atingiu o pé de um homem de 65 anos, que andava de bicicleta pela ciclovia da rua Salvador Stein Goulart, no início da tarde da terça-feira passada. A vítima seguia em direção ao centro da cidade e estava próxima do rapaz – que era o alvo de dois homens – e foi atingida por uma bala perdida. O rapaz, que também andava com uma bicicleta, escapou ileso e fugiu da cidade.

Na sequência dos fatos, o dono do carro usado pelos atiradores – e que havia sido roubado momentos antes, no Distrito Industrial -, foi baleado. O homem de 37 anos, que reside em Lajeado e trabalha em Venâncio Aires, foi jogado às margens da estrada, em Linha Tangerinas, e a dupla seguiu com o seu Fox até o interior de Santa Cruz do Sul, onde o caro foi abandonado. A vítima, que chegou a ficar na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Santa Cruz, se recupera em um leito normal.

A olho nú, Ullmann concluiu que os projéteis são de um revólver calibre 38. A munição será encaminhada à perícia, para que a versão seja confirmada. “Provavelmente a arma é a mesma, nos dois casos”, salienta o chefe do SI.

TRáFICONa busca de mais informações sobre o fato, os agentes do SI descobriram quem era o alvo dos atiradores e onde morava. No entanto, também souberam que desde o dia do fato, ele desapareceu.Para a polícia, os dois atentados têm ligação e foram praticados por pessoas ligadas a uma mesma facção criminosa. “Isso é disputa por pontos de tráfico de entorpecentes”, observa o inspetor Cassiano Dal Ongaro, que participa dos trabalhos de investigações.

Os policiais já tomaram o depoimento de vítimas e testemunhas e seguem investigando o caso. De confirmado é que os dois atentados têm relação direta com o tráfico de drogas e que foram praticados, conforme a polícia, por uma mesma facção.