Foto: Alvaro Pegoraro/ Folha do Mate
Com a celebração da independência do Brasil, no dia 7 de setembro, a nação verde e amarela evidencia o sentimento de patriotismo. Momento em que muitas pessoas percorrem as ruas com o símbolo da bandeira brasileira em punho. No entanto, o amor à pátria não está apenas na participação em desfiles, mas em movimentos cotidianos que envolvem a cidadania, a ética e a luta pela igualdade social.
Quando a data da independência do Brasil se aproxima, muito se questiona sobre o que é de fato o patriotismo. Conforme César Goes, sociólogo do Departamento de Ciências Humanas e do Programa de Pós Graduação do Mestrado em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o amor à pátria é um valor moral: “O sujeito, ao pertencer a um país, está integrado a uma série de políticas, direitos e normas que organizam a vida dele, o que, de certa forma, dá um sentimento de pertencimento a ele”, comenta. Segundo o sociólogo, quanto mais regular e positivo for esse pertencimento, maior é a identificação desse indivíduo com a ideia de nação e pátria. Quanto mais instável essa relação, menor vai ser o sentimento de pertencimento.
ATIVIDADESO amor ao Brasil está incluso na participação das pessoas nos desfiles, considerados rituais simbólicos. Além disso, está nos movimentos cotidianos que demonstram a vontade de ter uma nação mais organizada, é quando se desenvolve a cidadania, se busca a ética, está nas reivindicações das pessoas pelos direitos, na exigência da dignidade na política. “O amor à pátria está em uma série de atitudes do cotidiano, que, talvez, tenham um teor mais eficaz do que as manifestações simbólicas do Dia 7 de setembro, do Dia da Bandeira e a comemoração da república”, destaca o sociólogo.
Para César, a luta pela cidadania é uma demonstração efetiva, porque significa que os cidadãos não querem sair do Brasil, apenas fazer dele um lugar melhor para se viver.
FALTA DE AMORAtitudes como desrespeito e desqualificação dos momentos simbólicos, são exemplos da falta de amor ao Brasil, conforme o profissional. No próprio cotidiano, a falta de ética, participação em falcatruas, roubo na política e economia são atos antidemocráticos, pois fragilizam a ideia de nação. Segundo César, a principal bandeira encontrada nas ruas é a corrupção: “O Brasil está tão abalado devido à corrupção, que, por isso, as pessoas até sentem vergonha de manifestarem estima ao país.”
O amor à pátria está em processo de modificação, de acordo com ele. Isso porque as próprias instituições se modificaram. “Tenho impressão de que a população quer viver mais o pertencimento à pátria. Hoje as pessoas podem se manifestar sem medo de serem presas e perseguidas, atitudes que anos atrás não eram possíveis”, destaca.
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