
Ana Cláudia do Amaral Teixeira, 48 anos, é assistente social formada pela Unisinos. Há 21 anos atuando no serviço público de Venâncio, ela agora chega ao seu segundo mandato como vereadora ao ser eleita com 1.063 votos no pleito deste ano.
Natural de General Câmara se mudou para Venâncio no início dos anos 90. Antes disso, em meados dos 15 anos, mudou-se para Porto Alegre para estudar e trabalhar. “Tudo o que eu tenho eu conquistei com muito trabalho,estudo e sacrifício. Eu nunca ganhei nada. Minha mãe é professora e meu pai é motorista de táxi. E minha faculdade foi particular, fizemos um financiamento na época e minha mãe vendia os móveis de dentro de casa para eu passar a semana com o dinheirinho contado, porque era uma época muito difícil”, relembra.
Em 1994 passou em um concurso público de Venâncio, sendo a primeira assistente social concursada da Prefeitura. “Durante estes 21 anos já passei por diversos lugares, mas minha área basicamente sempre foi a saúde e na secretaria de Desenvolvimento Social. Na Capital do Chimarrão casou com Cléo Raul Gasparotto, com quem teve o filho João Victor, hoje com 16 anos. “O primeiro voto da vida do meu filho foi em mim, então isso é algo muito especial”, confidencia ela.
Uma vida políticaDesde muito jovem, Ana Cláudia foi acostumada a tomar a frente, se engajar nas causas populares. “Eu nunca fui muito encolhida, desde a época de estudante, quando já no ensino fundamental era líder de turma, participava do grêmio estudantil, da formatação do primeiro diretório Acadêmico de Serviço Social, então nunca fui de ficar em cima do muro, sempre fui de me posicionar, sempre tive uma atuação forte na política, não como militante partidária, mas como cidadã.” Ana conta que sua trajetória na política se deve um pouco a sua formação. “Fiz vestibular para Comunicação Social, História e Serviço Social. Acabei optando por Serviço Social, porque queria ajudar as pessoas e achava que poderia realmente mudar o mundo. E minha entrada na política tem a ver com isso.”
A filiação ao PDT veio em 2007. Em 2008 apoiou a candidatura de Airton Artus e Giovane Wickert. No mandato foi secretária municipal de Desenvolvimento Social e esteve afrente da Defesa Civil. Presidente da Asmuva por cerca de sete anos, do Comdica, idealizadora do projeto Kizomba, uma das fundadoras do Conselho Municipal dos Entorpecentes, integrante do Conselho municipal da Saúde, as criações do Centro de Atenção Psicossocial e do Centro de Atenção em Saúde Mental, também passaram pelas suas mãos, além de já ter exercido a função de secretária geral de Governo, Ana ressalta que “foram inúmeras situações que sempre me colocaram em evidência”.
Durante seu primeiro mandato como vereadora, muitas vezes seu nome estava em evidência. “Foi um mandato em que a todo tempo fui colocada a prova, mas tudo foi experiência, como tudo é em nossa vida. E quando se tem foco, dedicação, se sabe o que quer, as coisas passam e, ao ver que se conseguiu contribuir com algo, tem-se o sentimento de dever cumprido. E eu tenho esse sentimento. Fui presidente da Câmara em um momento muito delicado, em que se sofreu com uma oposição raivosa, que contribuiu muito pouco, sendo muito mais embasada na crítica, no grito. Tiveram situações em que as discussões saíram do campo das ideias e foram para o campo pessoal e muitas vezes pensei que iriam para as vias de fato. Eu sempre temi não por mim, mas por minha família. Mas não tenho medo de dizer o que penso, que sou contrária a algumas ideias, de me posicionar, brigo por ideias que acredito e assim que tem que ser.”
Foi eleita. E agora?Ana Cláudia (PDT) a partir de janeiro estará integrando a oposição. No entanto, ela adianta que o único objetivo é de contribuir para ter um município melhor. “Pretendo ser uma vereadora mais propositiva, com o objetivo de contribuir muito com o município, a partir da minha experiência, do fato de ser conhecedora das questões do Executivo, das questões orçamentárias, além da experiência que acumulei agora no Legislativo; então tudo isso contribui.”
A vereadora é uma das quatro parlamentares que se reelegeram para a legislatura 2017/20. “A oxigenação, a mudança sempre é positiva, porque sempre faz com que se veja outras situações, se tenha outros pontos de vista, mas nessa eleição o poder econômico falou muito alto, então veremos isso no dia a dia, quando começar a funcionar, veremos se esse grupo vai ser pró-ativo, vejo todos bem entusiasmados, mas na política nem tudo o que as pessoas falam é como elas agem e isso me preocupa um pouco.”
Ela enfatiza que quer seguir estudando projetos, tomar ciência do que está acontecendo. “Os políticos precisam contribuir, somar, serem pró-ativos, que pensem na comunidade como um todo, no coletivo. E se o grupo se voltar para isso, aqueles que puxam para trás ficarão de lado, então é o conjunto da obra que vai determinar isso.”