Um problema que parece comum, mas que pode causar sérias consequências especialmente para quem costuma circular a pé pelas ruas de Venâncio Aires, tem sido alvo de apontamentos frequentes nas últimas semanas. Várias pessoas têm alertado a reportagem da Folha do Mate sobre a existência de animais soltos por toda a cidade, algo que pode ser comprovado durante uma breve ronda pelas ruas. Além de cachorros e gatos, cavalos e até burros são encontrados vagando por aí.
Os leitores se dizem preocupados não apenas com o fato de que um animal de grande porte possa avançar contra uma pessoa, mas também com a ‘convivência’ dos bichos entre veículos e motocicletas. Há muitos relatos de cavalos perambulando às margens da RSC-453, rodovia que liga a Capital do Chimarrão a Lajeado. Já cães e gatos estão por toda a parte, inclusive na área central, onde os condutores são obrigados a se valer do reflexo para concluir manobras de desvio e evitar atropelamentos de animais. No entanto, quando fazem isso, estão correndo sérios riscos.
Na última sexta-feira, 5, enquanto se deslocava para uma pauta em Vila Estância Nova, uma equipe da Folha do Mate deparou com algo inusitado. Não eram cavalos, nem cães e muito menos gatos soltos, mas dois burros circulando livremente pelas proximidades da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Fato que chamou a atenção não apenas da reportagem, mas de outras pessoas que passavam pelo local. Acostumados com outros animais pelas vias, cidadãos viram nos burros uma novidade. Houve até quem aproveitou para fazer alguns registros deles ao lado da UPA.
Dias antes, vários cavalos – entre eles um potro novo – já haviam sido flagrados bem à vontade na Rua 7 de Setembro, nas proximidades do Loteamento Benoni. Com as ‘aparições públicas’ dos animais cada vez mais frequentes, a cada dia cresce a preocupação dos venâncio-airenses em relação ao assunto. Contribui para isso o fato de que, em poucos dias, teremos crianças voltando às escolas e, sabidamente, muitas delas costumam se dirigir aos estabelecimentos de ensino sem a precaução adequada. Pais temem que, ao depararem com um animal, seus filhos entrem em pânico.
“Vamos criar uma legislação específica”
A secretária municipal do Meio Ambiente, Mara Silva da Silva, admite que a situação também preocupa a Administração e revela que a intenção do Município é trabalhar na elaboração de leis que reforcem a responsabilidade dos proprietários dos animais. De acordo com ela, o Meio Ambiente trabalha em parceria com a Secretaria de Saúde. “Vamos criar uma legislação específica para estes casos. Quando acontece um acidente envolvendo cavalos, por exemplo, o dono do animal nunca aparece. é uma questão de consciência também, mas como geralmente os responsáveis se omitem, o problema acaba sobrando para o poder público”, lamenta a titular da pasta.