São nos pequenos detalhes, moldados ao longo de horas, que Edemar Pfaffenseller, de 61 anos, conhecido por ‘tio Ed’, constrói sonhos em pequenas, médias e grandes versões de casas com telhados ecológicos.

Sob a mesa, no atelier localizado no bairro Morsch, estão versões das mais diferentes formas e cores, em casinhas de tamanho 5 x 5 cm, 10 x 10 cm, 15 x 15 cm e 20 x 20 cm. Todas feitas a partir do reaproveitamento de pisos e azulejos, e segundo ele, poucas coisas são compradas para fazer o trabalho artesanal e único no Rio Grande do Sul.
Criação tão sua que deixa muitas pessoas surpresas, tanto que no início deste ano, durante um dos domingos que estava no Brique da Redenção, em Porto Alegre, foi ‘desafiado’ por uma moradora da capital para recriar a casa construída ao longo da vida pelo pai dela, de 95 anos. “Eu chamo esse trabalho de mansão”, diz ao falar da ‘construção’ que lhe custou a dedicação de, no mínimo, 130 horas, e foi construída a partir de fotografias da casa original. A réplica foi entregue nesta semana.
O hobby, que agora já pode ser considerado profissão, começou quando a filha mais velha, Carina, lhe enviou uma imagem da internet de uma casinha de cachorro que havia se tornado vaso de flor, a partir de um telhado ecológico. “Resolvi me desafiar e fazer uma para dar a ela. Quando ela ganhou, compartilhou nas redes sociais e já surgiram as primeiras encomendas”, recorda.

Meio ano depois, já sentiu a necessidade de registrar-se como artesão venâncio-airense. Demanda que só aumentou e, semanalmente, exige a produção de cerca de 20 casinhas para serem expostas no Brique da Redenção e nas Feiras de Artesanato promovidas em Venâncio. Os produtos podem ser encontrados de R$ 40 a R$ 170 todos os domingos, na capital, das 9h às 18h, e conferidos na página do Facebook ‘Cantinho do Tio Ed’.
A maior recompensa é o brilho no olhar das pessoas
Edemar Pfaffenseller, artesão
SustentabilidadeO trabalho do artesão do bairro Morsch é aliado à sustentabilidade. Segundo ele, muitas pessoas lhe comunicam no fim das construções e também empresas para que pegue o restante dos azulejos e pisos. “Na maioria são peças em boa qualidade e bonitas”, destaca.
Não é apenas o produto que é reaproveitado, pensando no meio ambiente e no bem-estar, ao lado da esposa, Nilva, Pfaffenseller começou a cultivar mudas das suculentas no quintal de casa. As mudas são utilizadas para colocar em cima das casinhas que possuem telhados ecológicos.
SeleçãoEdemar Pfaffenseller precisou passar em uma seleção com 141 inscritos para disputar uma das dez vagas para expor no Brique da Redenção em Porto Alegre. “Eles vieram aqui no atelier fazer uma avaliação”, diz. Para passar e participar era necessário tirar nota sete no produto, tio Ed foi selecionado em sétimo lugar.