Criada em novembro do ano passado, a Associação das Soberanas da Festa Nacional do Chimarrão deu início à primeira grande ação como entidade. Até então, algumas atividades já tinham sido promovidas pelo grupo, como a Páscoa Solidária, com doação de guloseimas para crianças carentes.
No último domingo, 19, as integrantes começaram o plantio de mudas de árvores próximo da Sanga da Areia, no Parque Municipal do Chimarrão. A ação Viva o Parque conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Venâncio Aires, por meio das Secretarias de Meio Ambiente, de Cultura e Esportes e de Infraestrutura e Serviços Públicos, e da Viva Consultoria Ambiental.
A presidente da associação, Fernanda Landim, afirma que o propósito da entidade é retribuir à comunidade todo o carinho e reconhecimento de diferentes formas. “Sabemos como o meio ambiente é fundamental para a vida de todo mundo e poder fazer algo em relação a isto é importante para as futuras gerações, trazendo consciência sobre este cuidado e o quanto é benéfico para nossa saúde”, destaca.
Nesse primeiro dia de ação, foram plantadas 31 mudas de árvores. O cronograma contempla atividades nos dias 3, 17 e 31 de julho em 7 de agosto. “Ficamos atentas ao tempo, sabemos que este é o período ideal para o plantio e é a chuva que nos sinaliza sobre as possibilidades de realizarmos os plantios nas datas previstas. A ideia é conseguirmos contemplar o cronograma. Quanto mais a comunidade se envolver, mais rápido também a ação finaliza”, salienta a presidente.
ESCOLHA DO LOCAL
De acordo com Fernanda, a escolha do Parque do Chimarrão para a realização da intervenção se dá por ser um espaço que faz parte da história de todas as soberanas e, também, porque é um local que acolhe a comunidade para várias finalidades em família e amigos.
O projeto de revitalização da área foi desenvolvido pela Viva Consultoria, que contribui com o conhecimento técnico. A equipe auxilia na orientação sobre a forma correta de fazer o plantio e em toda a estruturação da proposta. “Após finalizarmos o plantio, seguiremos acompanhando o desenvolvimento desta área. É praticamente um espaço adotado por nós. Será necessário fazer a parte de cercado da área. Com relação a isso, ainda estamos estudando as possibilidades, juntamente com a Prefeitura”, comenta a presidente da Associação das Soberanas.
Atuação
Atualmente, a associação tem três comissões: Comunidade, Cultural e Fenachim. As três frentes são formadas pelas sócias com a finalidade de pensar e executar ações futuras. Fernanda Landim ressalta que o Viva o Parque é coordenado pela Comissão Comunidade, que está convidando clubes de serviços e a comunidade em geral para participar do plantio. “A ideia é agregar as pessoas, no espaço que é de todos, reforçando a ideia de cuidado e de conscientização do meio ambiente”, diz. As outras comissões estão se constituindo para pensar ações de acordo com a sua finalidade. “A comunidade pode esperar tanto ações próprias da associação, como também a nossa inserção em ações e projetos que considerarmos relevantes, organizados por outras entidades”, adianta.
Apoio técnico é essencial para desenvolvimento do projeto
A bióloga Gabriela Graef, da Viva Consultoria, é quem está dando o apoio técnico para a ação Viva o Parque. Segundo ela, foram escolhidas árvores nativas frutíferas para o espaço, como araçá, pitanga, guabiroba, cerejeira, guabiju e uvaia. “Foram escolhidas essas espécies por apresentarem desenvolvimento rápido e por serem fontes de alimento para a avifauna silvestre”, explica a profissional.
As árvores precisam ser monitoradas por pelo menos quatro anos e apresentados relatórios anuais para a Secretaria de Meio Ambiente sobre o desenvolvimento. “Após cinco anos elas já estão com um bom tamanho e a chance de perda de alguma espécie já não é mais tão grande. Mas para chegarem no crescimento total pode demorar muitos anos, pois vários fatores implicam no crescimento, clima, solo, ação humana”, complementa a bióloga.
Gabriela salienta que o projeto técnico visa a recuperação das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) localizadas dentro do Parque Municipal do Chimarrão. A intenção é reestabelecer as características originais das áreas, fazendo com que elas continuem a desempenhar as suas funções ambientais de proteger os reservatórios de água de assoreamentos, evitar as transformações negativas nos leitos, garantir o abastecimento dos lençóis freáticos e a preservação da vida aquática.
ACOMPANHAMENTO
Para aquelas pessoas que desejam auxiliar neste processo de reflorestamento em diferentes locais, Gabriela sugere procurar auxílio de um técnico da área para a indicação da escolha das espécies certas, distanciamento entre as mudas, como realizar o plantio, tutoramento, adubação e tamanho das covas. “Isso irá aumentar as probabilidades de pega e desenvolvimento das árvores”, acrescenta.
No projeto do parque, foi sugerido o distanciamento de 2,5 metros entre as mudas, distância que pode variar de acordo com o projeto e orientação técnica.
“Essa parceria vem para somar e contribuir com este projeto que é tão importante para a preservação ambiental do Parque, e também para que as futuras gerações possam usufruir deste local que é tão valioso para o nosso município.”
GABRIELA GRAEF – Bióloga