Venâncio Aires vem registrando, nos últimos quatro anos, um aumento significativo de pessoas que diariamente procuram a Farmácia Municipal, um dos quatro bairros ou um dos oito pontos de distribuição no interior para retirar medicamentos gratuitamente. Em torno de 1 milhão de comprimidos, por mês, são retirados.

Um comparativo divulgado pelo coordenador da assistência farmacêutica do município, Rodrigo da Silva, mostra que, em 2008, 650 pessoas, por dia, buscavam remédios na unidade central. Isso que na época não existiam ainda os pontos de distribuição junto aos quatro postos de saúde. Hoje, o município registra 900 pessoas por dia que procuram medicamentos na farmácia municipal, sem contar as outras 600 que retiram nos bairros Gressler, Santa Tecla, Coronel Brito e Macedo, totalizando 1,5 mil pessoas que recebem diariamente medicamentos. Ou seja, o número de pessoas que buscam medicações mais que dobrou nestes últimos anos. “Nunca se ofereceram tantos remédios antes”, disse Rodrigo. Só em distribuição de remédios de assistência básica na unidade central, o aumento foi superior a 40% de 2008 para cá.

Além disso, foi registrado um aumento no número de pessoas cadastradas para receberem medicações controladas, disponibilizadas pelo Estado. Há quatro anos atrás, 350 pessoas estavam cadastradas, hoje o número dobrou. Já são 800 pacientes que retiram regulamente medicamentos. Rodrigo explica que se trata de remédios especiais e especializados, que geralmente têm um custo muito alto e são prescritos para tratamentos como de hemodiálise, hepatite, artrite, osteoporose, para transplantados, entre outros. “Para se ter uma ideia, uma ampola para artrite teria um custo em torno de R$ 5 mil”, exemplificou.

Hoje esses medicamentos especiais são comprados e financiados apenas com recursos do Estado, cabendo ao Município fazer apenas a distribuição. Para a aquisição dos remédios chamados de assistência básica, ou seja, que não têm uso regular, são utilizados  recursos federais com contrapartidas estaduais e municipais. “Recebemos os recursos e nós que adquirimos e distribuímos”, explica.

Para o coordenador, diversos fatores contribuíram para esse aumento significativo. Além da implantação dos pontos de distribuição, que ocorreu gradativamente desde 2009 com o objetivo de  aproximar a medicação dos pacientes, sem obrigá-los a se deslocar até o centro da cidade, outro motivo apontado é a aproximação com os médicos, que possibilitou que eles conhecessem a forma de trabalho e passassem a prescrever mais os remédios que são distribuídos pelo governo. “Antes não havia tanta prescrição desses remédios e agora eles são incentivados e prescritos mais pelos médicos”, observa. Explica que, antes, acontecia de algum paciente procurar a farmácia, mas não ter o medicamento prescrito, pois a unidade oferece apenas remédios estabelecidos pelo Governo Federal e Estadual. “Não somos nós que determinamos, por isso foi importante esse contato com os médicos, que passaram a contemplar medicações que estão na lista e disponíveis para distribuição. Foi um ponto fundamental”, frisou. Observa que há remédios, para todos os tipos de patologias.

Além disso, atribui os números ao planejamento e gestão. Segundo o coordenador, além da forma de aquisição ser através de licitação, com compras diretamente com os laboratórios, hoje a equipe trabalha com controle de estoque, para que sempre tenha os medicamentos prescritos. “Com esse trabalho, dobramos a distribuição, se contarmos os bairros e o interior”.

Conforme informações da assessoria de imprensa da Prefeitura, está projetada para o futuro a construção de um novo espaço físico para abrigar a Farmácia Municipal. O projeto avaliado em R$ 430 mil já existe e prevê a ampliação do atual local, construção de banheiros, novos guichês com cadeiras para os pacientes e familiares, além de um prédio em anexo para depósito de medicamentos.

O prefeito Airton Artus destacou, através da assessoria, a ampliação do atendimento na Farmácia Municipal e, ao mesmo tempo, a redução dos custos conquistada com melhoria no planejamento e gestão. Revela que, apesar do incremento de 40% na distribuição, os custos aumentaram em apenas 9%. “Atualmente todo o medicamento é comprado com licitação e em grande quantidade, o que permite o melhor preço. Hoje podemos comprar diretamente dos laboratórios, e não de farmácias ou revendedores, como era feito antes”, observou.