Com o Governo Federal anunciado que a gasolina aumentaria R$0,22, os motoristas questionam a elevação nos preços verificados nos postos de combustíveis. Os empresários estão sendo questionados pelos consumidores. Embora a livre concorrência permita a diferença de valores nas unidades, donos de postos alertam que o aumento do produto foi maior, e que tiveram que reduzir a margem de lucro.

Sem a manobra, os consumidores iriam sentir ainda mais no bolso o valor do aumento no preço pago por litro de gasolina. O preço verificado nos postos de Venâncio Aires alcança até R$0,45 de reajuste. A explicação é de que o valor final pago por litro do produto teve reajuste superior nas refinarias. Sobre o valor final, estão incluídos tributos como: Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), PIS/COFINS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), além dos custos de frete.

Com os impostos e custos operacionais nas refinarias, segundo relata o empresário Breno Knies, o reajuste por litro alcançou R$ 0,36. “Fomos obrigados a baixar a margem de lucro, porque nos custos estão incluídos outros tributos e o valor do frete. A região metropolitana tem preços diferenciados também pelo maior consumo. Nós pagamos mais por questões de logística e porque operamos com outra bandeira.”

Sindicato

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), que representa os empresários do ramo, não faz avaliações sobre a disparada nos preços, entretanto reitera que não há determinação legal que estipule valores para o preço cobrado por litro do produto nas bombas. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, o sindicato não possui ingerência nos valores praticados nos postos de combustíveis, sob risco de ser classificado como incentivo a formação de cartel (acordo de preço único para todos os postos).

Aumento gera descontentamento

Além de chocar o consumidor, a elevação dos preços dos combustíveis também gerou descontentamento por parte dos proprietários dos postos, pois, embora o valor tenha aumentado, a margem de lucro permanece a mesma e, em alguns postos, até diminuiu. O sócio-proprietário de um posto de combustível de Venâncio Aires, Vanderlei Ricardo Griesang, 40 anos, salienta que muitos consumidores acreditam que os proprietários são beneficiados com a elevação dos preços. No entanto, não é isto o que ocorre. 

Também proprietário de um posto de combustível da cidade, Odilo Paulo Wacholz, 70 anos, ressalta que a sua distribuidora solicitou o aumento de R$0,30 e foi este valor que ele repassou. No entanto, ele discorda que o aumento do litro da maioria dos postos seja de apenas R$0,22. “Todo mundo está falando no aumento de R$0,22 que a Petrobras repassou, mas as companhias repassaram o aumento de R$0,28 a R$0,31”, comenta Odilo. O posto de Odilo vendia o litro da gasolina comum por R$3,16, sendo que o valor passou a ser R$3,43. Conforme ele, os clientes reclamam em relação ao aumento dos preços, no entanto, Odilo ressalta que não é ele que tem culpa: “Se nós não aumentarmos também, nós teremos prejuízo, como vamos sobreviver? Pois os nossos custos também aumentam no dia-a-dia” comenta o proprietário.