Na década de 20 a família Kroth iniciou um pequeno empreendimento, que 80 anos depois pode se tornar um marco para o crescimento de um município inteiro. Parcerias com Estado e governo municipal garantirão mais crescimento ao negócio. Com uma economia baseada na produção de tabaco, a criação de um Polo da Proteína deverá garantir um novo pilar econômico para Venâncio Aires.

Se, em 1929, os bisavós dos atuais diretores do Frigorífico Kroth soubessem que o pequeno açougue criado no porão da casa em que viviam poderia garantir, nos dias atuais, um mercado internacional para comercialização de alimentos, certamente o desafio seria muito maior. “Talvez o medo do desconhecido, não permitiria que a empresa chegasse ao porte que está hoje,” comenta Fábio Kroth, sócio-proprietário do frigorífico.

Com um faturamento anual de R$ 120 milhões – o que coloca o empreendimento na 10ª posição no ranking das 100 maiores empresas por Valor Adicionado Fiscal de Venâncio Aires – a unidade implantada no distrito de Santa Emília, tem se destacado ao longo da história, pelo crescimento de mercado, no Rio Grande do Sul, e a coragem da família, em ampliar horizontes, e projetar a conquista de mercados internacionais.

O projeto inovador para exportar alimentos, leva em conta, não só o desejo por crescimento do negócio, mas importantes parcerias entre o setor privado e o poder público.

Evolução

Mal sabem os membros da família, que seu projeto de avanço no agronegócio, poderá mudar também a realidade social e econômica dos moradores do perímetro rural e dar um novo impulso para as contas da cidade. Conforme Fábio, o próximo desafio estipulado para o frigorífico, é o mais difícil já enfrentado, uma vez que exige mudanças de cultura, investimentos em qualificação de processos, de pessoal e avanços no desenvolvimento da infraestrutura logística.

A ideia de conquistar mercados internacionais surgiu em 2008, com mudanças na sociedade da empresa. A partir daí, os diretores buscaram informações de quais passos precisariam seguir para garantir a exportação do seu produto. Com regras rígidas e normas técnicas federais para inspeção sanitária, investimentos teriam que ser realizados. E começaram. Entretanto, uma barreira teria que ser vencida em conjunto com a classe política. Ligar a unidade frigorífica às estradas pavimentadas da cidade. O trecho de seis quilômetros de chão batido era o percurso, e encontraram na prefeitura o apoio desejado.

“Apresentamos ao prefeito o nosso projeto de expansão, e mostramos para ele a importância dos abates em Venâncio Aires. Entregamos um plano para exportar carne, e uma das exigências para garantir aval veterinário e capacidade de exportação é ter ligações asfálticas, em virtude da higienização dos caminhões de transporte,” relata Fábio.

Aceitação

A proposta fora bem recebida pela Administração Municipal, que uniu esforços com a iniciativa privada para garantir os recursos necessários ao investimento. O projeto ganhou o nome de PAC dos Frigoríficos, e busca garantir a pavimentação asfáltica de outras três ligações de unidades de abate, instaladas em Venâncio Aires.

Com o governo do estado garantindo parte dos recursos, as obras começaram em julho. E no frigorífico Kroth, a expansão do negócio também, com a projeção de investir R$ 8 milhões. A meta, é de garantir a conclusão da estrada até o próximo ano. O projeto de expansão da unidade deverá estar concluído até 2016, junto com a permissão federal para comercializar alimentos internacionalmente. Hoje, são abatidas 250 cabeças de gado por dia na unidade venâncio-airense. “Com a expansão, vamos dobrar a nossa capacidade, assim como, garantir novos postos de trabalho. Com este crescimento todos vão ganhar,” destaca André Kroth, também diretor da unidade.

Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 12/09/2014.