Por Carlos Dickow e Cristiano Wildner
Depois de Venâncio Aires ter ficado por poucos décimos na bandeira laranja, empresários reforçam a importância de a comunidade manter os protocolos e evitar que indústrias e comércios não essenciais necessitem paralisar as atividades para conter o avanço do coronavírus.
O vice-presidente de Comércio da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), Airton Bade, em entrevista ao programa Terra em Meia Hora, da Terra FM, de quarta-feira, 8, ressaltou que a imposição de uma bandeira vermelha, dentro do modelo de Distanciamento Controlado do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, significaria o fechamento de empresas, mas acima de tudo de inúmeras vagas de trabalho formais.
Bade ressaltou que a depender da evolução do número de casos da Covid-19 nos próximos dias, o comércio não essencial poderá ficar fechado por até três semanas. Regiões que forem classificadas com bandeira vermelha pelo menos duas vezes no período de 21 dias, mesmo que apresentassem melhora nos dados, ficam sem operar por três semanas.
Restrições
Nesta bandeira, somente estabelecimentos que vendem itens essenciais podem estar abertos, mantendo 50% dos trabalhadores de seus quadros. Os demais locais de comércio devem ficar fechados. Restaurantes e lancherias ficam proibidos de receber clientes no local.
As aulas nos cursos livres voltam a ser mantidas de forma remota. Academias, missas e serviços religiosos, clubes sociais e esportivos (mesmo que com atendimento individual) e serviços de higiene pessoal, como cabeleireiro e barbeiro, por exemplo, passam a ser totalmente vedados.
“Por tudo isso, a indústria também está bastante envolvida e, ao longo dos próximos dias, sempre soará, às 22h, sirene conjunta para lembrar do início do toque de recolher.”
AIRTON BADE – Vice-presidente de Comércio da Caciva
Venâncio Aires tem recurso encaminhado
Se a região do Vale do Rio Pardo, da qual Venâncio Aires faz parte, for classificada com a bandeira vermelha na próxima rodada do Distanciamento Controlado – cujas informações serão anunciadas pelo governador Eduardo Leite amanhã -, a Capital Nacional do Chimarrão apresentará recurso, de acordo com o prefeito Giovane Wickert. “Como a situação referente à Covid-19 está relativamente controlada no município, vamos utilizar nossos argumentos para colaborar com a região”, explica ele, acrescentando que não existe a possibilidade de Venâncio Aires se isolar da região. “A bandeira é regional”, reforçou.
O chefe do Executivo ressaltou que Venâncio Aires adotou a utilização de máscaras desde muito cedo, que a curva relativa ao número de casos de coronavírus foi estabilizada e até apresentou momentos de queda e que o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) aumentou o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Neste momento, somos um município que contribui para que os índices da região não sejam piores. Mas é preciso lembra que já passamos por momentos mais críticos e as outras cidades tinham poucos casos”, disse.
Alerta
O prefeito destacou que, apesar de a situação de Venâncio Aires ser um pouco menos delicada em relação a outras cidades, “não é a hora de a gente relaxar na prevenção”. Segundo ele, “de uma hora para a outra, este cenário pode mudar, portanto é necessário que todos façam a sua parte para que a situação não fuja do controle”. Ele acredita que a pandemia seja amenizada a partir de setembro. “É o que apontam especialistas e estudos mais recentes, mas nada é certo. Temos que viver dia a dia”, finalizou Wickert.
“Precisamos ter consciência, pois só assim vamos evitar uma nova onda negativa. Uma bandeira vermelha seria um retrocesso muito grande para a região. O esforço é regional, pois não podemos isolar os municípios.”
GIOVANE WICKERT – Prefeito de Venâncio Aires
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