Dirce Maria Weber foi uma das 21 meninas-moças que participaram do Baile das Debutantes na Sociedade Esportiva e Recreativa de Linha Teresinha. O evento

Foto: Arquivo PessoalDirce Maria Weber relembra com carinho daquele dia 27 de agosto de 1983, em que foi apresentada pelo pai Ari à sociedade presente no evento
Dirce Maria Weber relembra com carinho daquele dia 27 de agosto de 1983, em que foi apresentada pelo pai Ari à sociedade presente no evento

realizado no dia 27 de agosto de 1983 pela diretoria da Aert e Prefeitura de Venâncio reuniu as sociedades do Vale do Sampaio e foi o destaque da edição 1.000 da Folha do Mate que circulou um dia antes da festa.

Trinta e dois anos depois, Dirce, hoje técnica de enfermagem, ainda relembra com carinho daquela noite, que para ela foi deslumbrante. Na época, já com 16 anos, era estudante da escola cenecista de Santa Clara do Sul. Devido as dificuldades enfrentadas não só por sua família, mas também pelas demais participantes, os vestidos usados eram curtos, pois se fossem longos encareceriam ainda mais a participação das meninas na festa. Dirce destaca que sua participação foi facilitada devido a sua tia ter sido a costureira dos vestidos – todos delicados em tons claros. A maquiagem, a grande maioria recorreu a uma senhora que cortava cabelo na localidade. Mas os rolos para cachear os cabelos foram colocados em casa. 

“Na entrada o pai nos recebia na escada e dava a volta com nós no salão. Não tinha coquetel, não tinha o famoso anel, lembro que numa certa hora apenas entregamos uma rosa para a mãe. Tinha um cenário, com uma carruagem que era a grande atração da noite e todo mundo queria tirar foto.” Além disso, Dirce, que na época morava em Linha Teresinha, ainda conta que teve a valsa com o pai e o par de honra, que foi Luis Ertel, que atualmente reside em Lajeado. “Tinha todo um glamour, foi deslumbrante, oportunizou as meninas do interior a ter uma festa de aniversário, o que era muito difícil para quem era do interior, porque nem bolo tinha quando se completava 15 anos.” 

Foto: Arquivo / FMDirce Maria Weber relembra com carinho daquele dia 27 de agosto de 1983, em que foi apresentada pelo pai Ari à sociedade presente no evento
21 meninas que participaram do Baile de Debutantes em Linha Teresinha estamparam as páginas da Folha do Mate na edição 1.000

Os dias que antecederam a festa foram de muita expectativa. “Tinha todo aquele tititi pelos corredores da escola, a grande maioria das nossas colegas de aula, algumas que tinham mais irmãs e como todo mundo era criado igualmente nas famílias, não puderam participar devido aos custos. Eram outros tempos, os sonhos eram outros.”

 

 

 

 

O glamour dos bailes na cidade

Na cidade, em Venâncio, durante um período, nos anos 2000, algumas escolas públicas realizavam a noite mágica para as meninas que completavam 15 anos. O evento de caráter popular tinha por objetivo proporcionar às jovens estudantes a realização do tão esperado momento por essa faixa etária. As debutantes tinham entre 14 e 17 anos e poucos recursos para arcar com as despesas de um baile luxuoso. A Escola Estadual Monte das Tabocas, por exemplo, atendeu aos pedidos das alunas e da própria comunidade e realizou algumas edições que contaram com a participação de estudantes do educandário e também de outras escolas.

No clube mais antigo da cidade – a Sociedade Leituras, o Baile de Debutantes não é mais realizado desde 2012, quando a Sociedade passou a enfrentar dificuldades financeiras e teve as portas fechadas devido a falta de alvará dos Bombeiros. Depois da regularização e da eleição de uma nova diretoria, a Sociedade agora tem o projeto de retomar o tradicional evento ainda neste ano em setembro.

Mas as mais de 50 edições realizadas no local ainda estão vivas na memória de quem participou da organização de inúmeras edições. Heloísa Helena Seibt, que ao lado do marido Gilberto José participou de diretorias do clube da organização dos bailes de Debu por cerca de 20 anos, relembra do glamour e da intensa preparação para o grande dia. “O auge foi nos anos 70, 80 e 90. Tinham edições com mais de 30 debutantes. E os bailes eram muito glamourosos, de gala, com todos a rigor, os vestidos rodados, os homens de terno e gravata e os pares de honra de smoking.”

As semanas que antecediam o baile eram cheias de programações para as meninas, que tinham aulas de etiqueta e postura, coquetel e ensaios. Na noite da festa, pontualmente às 23h era realizada a apresentação das debutantes, dançavam três valsas e depois seguia o baile, que sempre tinha orquestras. As debutantes que eram de diversos municípios do RS, como Porto Alegre, Candelária, Santa Cruz, Lajeado, ainda recebiam um presente da sociedade.