Batizar a filha Ayla, de 4 meses, foi uma ‘missão’ para Cleonice e Gelson Gilnei Julião. A menina nasceu no dia 18 de dezembro e no começo de janeiro a mãe procurou a Paróquia São Sebastião Mártir para ver sobre o batismo. Alguns requisitos, segundo Cleonice, foram fáceis de cumprir, enquanto outros não.
Os pais atendiam todos os critérios estipulados pele Igreja Católica. O problema, como destaca a mãe, foi preencher as exigências dos padrinhos. Ayla teria – tem porque foi batizada em outra paróquia – seis padrinhos, nenhum casal, o que é permitido pela Igreja. Dos seis, apenas um estaria de acordo com as diretrizes.
Eles querem levar pessoas para Igreja ou afastar as pessoas da Igreja?”
Cleonice Julião – mãe de Ayla
Chateada, se informou sobre o batismo na Paróquia Católica de Lajeado. “Lá não teve tanta burocracia. Bastava pagar uma taxa de R$ 65 e sermos associados à Igreja, estar em dia com a Igreja e ter o curso de batismo. Já os padrinhos, podiam ser os seis, independentes da religião.” Todos aceitos, então, Ayla foi batizada em Lajeado, no dia 19 de abril.
A PALAVRA DA IGREJA
Questionado sobre a situação vivenciada por Cleonice, o padre João Alberto Konzen (Beto) explica que todas as Paróquias Católicas seguem as diretrizes previstas no Código de Direito Canônico, assinado pelo Papa João Paulo II, em 1983. O que acontece é que, em algumas Paróquias, a partir das orientações das Dioceses, algumas questões podem ser revisadas, mas os fundamentos permanecem os mesmos.
Por exemplo, para o batismo é necessária a preparação dos pais e padrinhos. Cada Paróquia pode determinar quantos encontros serão feitos, se serão um ou mais. “A Diocese dá as orientações através das diretrizes dos sacramentos, publicadas em 2001. Lá, não diz que a preparação deva ser igual nas Paróquias.” Portanto, cada uma tem autonomia para sua definir maneira.
Sobre o padrinho ser de outra religião, padre Beto explica que, como o batismo será na Igreja Católica, o padrinho ou a madrinha – ou padrinho e madrinha – precisam ser católicos e crismados. Ele destaca que os sacramentos são pra quem crê em Cristo e nas diretrizes católicas. Por isso, para batizar, os padrinhos têm que ser pessoas de fé católica e que tenham a responsabilidade para cumprir esse encargo, de incentivar o afilhado a seguir a vida cristã. Contudo, acrescenta que pessoas de outras religiões podem ser testemunhas do batismo.
Quando a pessoa tem boa vontade para batizar, ela busca e faz”
Padre João Alberto Konzen
Quando se fala em estar em dia com a comunidade, há alguns questionamentos. Por exemplo, pessoas acima de 25 anos são consideradas independentes financeiramente. Portanto, deixam de ser dependente dos pais e teriam que se associar a alguma comunidade. “A Igreja tem custos e quem paga são os cristãos através dos dízimos.”
A anuidade, ou mensalidade, varia de cada Paróquia. A São Sebastião Mártir, conforme padre Beto, determina um valor a partir da renda de cada pessoa. Se a pessoa tem uma posse, seria 20% do salário mínimo ao ano. Já quem não tem posse, seria 10%. “O dízimo é a forma dos cristãos contribuir para que a evangelização chegue a outras pessoas.”