Pela primeira vez em um processo de votação os eleitores de Venâncio Aires registraram suas escolhas através da biometria. Mas o que era para habilitar o voto de forma mais rápida, causou alguns transtornos e reclamações durante o domingo, 7.

Nas 178 seções do município – onde mais de 51 mil venâncio-airenses que realizaram o recadastramento biométrico eram esperados – muitas registraram a formação de longas filas. O principal motivo foi a biometria. Diversos eleitores tiveram problemas na leitura da digital, mesmo tentando com dedos diferentes e os mesários limpando frequentemente o leitor biométrico com lenços ou guardanapos.

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateNo Grêmio Recreativo Sete de Setembro, um dos maiores colégios eleitorais de Venâncio Aires, também teve longas filas
No Grêmio Recreativo Sete de Setembro, um dos maiores colégios eleitorais de Venâncio Aires, também teve longas filas

A Folha do Mate percorreu alguns locais de votação do município. Aqueles eleitores que não tiveram problemas na biometria e votaram rapidamente levaram no máximo um minuto. Mas houve casos que chegaram a cinco minutos “A não identificação por meio digital não foi exclusividade de idosos, porque pessoas na casa dos 20 e 30 anos também tiveram dificuldades. Tinha que tentar até quatro vezes a biometria de cada um para conseguir liberar a votação e assim demorava e a fila aumentava”, comentou uma mesária.

Para o chefe do Cartório Eleitoral de Venâncio Aires, Eduardo Mosman, além do problema na leitura da digital, a demora foi em frente à urnas. “Eram mais candidatos, algumas pessoas não levaram uma ‘colinha’ e demoraram um pouco mais.” Essa demora na cabine de votação também contribuiu para a formação de filas e alguns eleitores relataram que a espera chegou a uma hora e meia.

Com seis votos para computar (deputado estadual, deputado federal, dois senadores, governador e presidente), a quantidade de números e a ‘falta de intimidade’ com o equipamento travou alguns eleitores. “Quando são mais candidatos, geralmente a demora é maior na cabine de votação. Quanto à biometria, isso ainda é uma novidade, foi a primeira vez que o município passou pelo processo. As pessoas ainda vão se acostumar”, destacou Edson Steffen, técnico judiciário do Cartório Eleitoral.

Participação

Eleni Terezinha Hartmann, 49 anos, votou pouco antes das 17h, no Clube Recreativo Sete de Setembro. Moradora do bairro Tabalar, ela foi acompanhada do filho Guilherme Henrique Hartmann, 20 anos, participar do pleito. “Pesquisamos sobre os candidatos e analisamos em família. Procuramos informações para votar certo”, comenta.

Para ela, que, assim como a maioria dos eleitores, votou pela primeira vez, com o sistema de biometria, a leitura das digitais representa uma segurança. “Para nós e para as eleições.”

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateGuilherme e a mãe Eleni votaram pouco antes das 17h do domingo
Guilherme e a mãe Eleni votaram pouco antes das 17h do domingo

Abstenção de 13%

Com o processo de recadastramento biométrico, Venâncio Aires teve, em 2018, 51.103 eleitores aptos a votar. O número seria maior, mas 4.155 pessoas não fizeram a biometria e foram impedidas de votar. Os números são 93ª Zona Eleitoral.

Segundo o técnico judiciário, Edson Steffen, no domingo, 44.406 eleitores compareceram às urnas e 6.674 faltaram – abstenção de 13%. “Quem não votou terá 60 dias para justificar a ausência e essa justificativa deverá ser documentada, comprovando o motivo.” Mas, de acordo com Steffen, a ausência no 1º turno não impede a votação no 2º turno, dia 28 de outubro.