Foto: Beatriz Colombelli / Folha do MateCães são os principais hospedeiros do vetor  da dirofilaria, mais conhecida como ‘doença do coração’
Cães são os principais hospedeiros do vetor da dirofilaria, mais conhecida como ‘doença do coração’

A cada dia cresce o entrosamento entre os humanos e seus animais de estimação, os quais respondem com amor incondicional, especialmente cães e gatos. Os ‘amigos de quatro patas’, atualmente, para muitas famílias são considerados como membros das mesmas e até como filhos. Por isso, os cuidados com a saúde destes animaizinhos também requerem atenção especial.

Uma das doenças que pode acometer os nossos amiguinhos peludos é a ‘dirofilariose’, também conhecida como ‘doença do verme do coração’, segundo o médico veterinário Luciano Frozza. Segundo ele, no Brasil a doença vem sendo estudada desde 1878. De acordo com o profissional, a enfermidade é mais frequentemente encontrada em cães hospedeiros.

EspéciesDe acordo com o profissional, como a maioria dos filarídeos, eles necessitam do hospedeiro intermediário para realizar o ciclo biológico. No mundo há mais de 70 espécies conhecidas de mosquitos que servem de vetor. “No Brasil existem várias espécies, como o Aedes fluviatilis, Aedes scapularis e Aedes taeniorhynchus, e mais recentemente relacionaram o Aedes aegypti como mais um vetor. “Nada para se admirar num país onde não existem políticas públicas”, destaca Frozza.

O que são e onde se alojamSegundo o médico Veterinário, são vermes de cor esbranquiçada que na fase adulta, chegam a medir 30 centímetros de comprimento. As microfilárias medem apenas 300 micras e são encontradas em quantidades variáveis na corrente sanguínea. Nos cães hospedeiros onde o parasita é mais frequentemente encontrado, os verme adultos habitam artérias pulmonares e coração, no lado direito, chamada dirofilariose clássica. Conforme Frozza, quanto à distribuição geográfica, o Rio de janeiro responde por 22% dos casos de ‘dirofilariose’ enquanto no Rio Grande do Sul a incidência apontada fica em 2%. “Nem todo animal portador da doença na forma de microfilarias vai adoecer. A dirofilariose é uma doença de evolução crônica e sua gravidade depende da carga parasitária”, destaca o profissional.

Sintomas e diagnósticoOs sintomas vão desde tosse crônica, perda de peso, caquexia, dispneia, intolerância a exercícios e morte decorrente de insuficiência cardíaca congestiva. Rins e fígado também podem ser afetados pela parasitose, assim como outros locais pouco usuais como cérebro, artéria femoral, e globo ocular, alerta o profissional.O diagnóstico é feito pela pesquisa de microfilárias na circulação ou por pesquisa de antígenos do verme adulto no sangue. “Na clínica temos um teste rápido chamado Snap 3DX, que pesquisa ao mesmo tempo ‘dirofilaria, ‘erlichia canis’ e ‘borrelia burgdorferi’. Esse teste possui alta especificidade”, informa o médico veterinário.

TratamentoO tratamento consiste de quatro fases: avaliação pré- tratamento, tratamento adulticida, tratamento microfilaricida e tratamento preventivo após eliminação dos vermes adultos.

 Microfilárias

O verme ‘dirofilaria immitis’, pertence à mesma classe das lombrigas. Na verdade eles até se parecem com as lombrigas, mas é aí que terminam as semelhança. O dirofilaria immitis passa a vida adulta no lado direito do coração dos animais e dos grandes vasos sanguíneos que conectam o coração e os pulmões. Os vermes adultos que ficam no coração botam larvas minúsculas que são chamadas de microfilárias e vivem na corrente sanguínea. Estas microfilárias entram em mosquitos quando eles sugam o sangue de um animal infectado. Em 2 a 3 semanas a microfilária fica maior dentro do mosquito e migra para sua boca. Quando o mosquito morde outro animal, as larvas entram em sua pele. As larvas crescem e em cerca de três meses terminam a sua migração até o coração, onde ficam adultas (Fonte: Tudo sobre cachorros)

 As microfilárias são encontradas na circulação periférica seis meses após a infecção e cada uma delas pode sobreviver por dois anos” Luciano Frozza – Médico Veterinário