O dia de hoje está sendo de protesto de caminhoneiros e bloqueios em rodovias do país, o que deve se repetir amanhã. Os manifestantes, convocados pelas redes sociais pelo Comando Nacional do Transporte, reclamam do custo operacional do transporte, pedem melhores condições de trabalho, criticam o governo de Dilma Rousseff e, em alguns casos, pedem o afastamento da presidente.
Em Venâncio Aires, a paralisação teve início durante a tarde junto à RSC-453, em trecho nas imediações do posto Nevoeiro e do trevo de acesso ao bairro Battisti. Integrantes afirmam que a categoria deve seguir mobilizada na terça-feira, com bloqueios em locais que ainda serão definidos.
Na tarde de ontem, apenas os caminhoneiros estavam sendo ‘convidados’ a parar nas margens da rodovia, que não chegou a ser bloqueada. Caminhões carregados com carga viva ou perecível estavam tendo passagem livre. De modo geral, a adesão estava se dando de forma voluntária, mas houve caminhoneiros que jogaram garrafas com água em veículos que não pararam.
Outro local que contou com paralisação na região foi a rodovia RSC-287, em Santa Cruz do Sul, onde a mobilização já iniciou na madrugada. Assim como em Venâncio, os manifestantes permitiram a passagem de veículos de passeio, assim como caminhões carregados com carga viva ou perecível.
O QUE CRITICAM
De Venâncio Aires, o gerente de frota Rodrigo Gonçalves reclama da falta de diálogo com o governo federal, que teria prometido negociar com a classe depois das paralisações do início do ano. “O pessoal não confia mais no governo. Quando terminaram as primeiras mobilizações, o governo assinalou que negociaria com a classe, mas o que houve foi o diálogo com grandes empresários do transporte e o caminhoneiro autônomo não foi nem convidado a participar.”
Gonçalves critica sobretudo o aumento do preço do óleo diesel. “Já aumentou em duas ou três oportunidades e deve aumentar de novo até o fim do ano. Daqui a pouco vai ficar inviável o transporte.”
De acordo com o caminhoneiro Leandro Keller, também de Venâncio Aires, são vários os fatores que o fizeram participar. “O povo tem que colocar na cabeça que a situação está ruim e desse jeito não dá mais.” Devido ao elevado custo operacional, ele salienta que se encontra parado, sem realizar nenhum transporte, há uma semana. “Carga tem, mas o preço do frete é tão baixo que não adianta sair de casa. Não compensa.”