Um novo meio de campanha política vai marcar as eleições de 2012: a internet. Este será o primeiro pleito municipal em que o mundo virtual poderá ser desfrutado como meio de propaganda partidária em prol das campanhas. E eles, os candidatos, já estão na rede para esta finalidade, desde o dia 6 de julho, quando foi dada à largada para a campanha. é mais um mecanismo para levar propostas que se soma à maratona de comícios, bandeiraços, entrega de santinhos que se iniciou na última semana.
A campanha pela internet é permitida nos sites do candidato, do partido ou coligação, com endereços eletrônicos informados à Justiça Eleitoral e hospedados em provedor no Brasil. Podem ser usados ainda blogs, redes sociais e sites de mensagens instantâneas, onde o conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer cidadão. De acordo com a lei, é proibido que seja feita propaganda política paga na internet.
Para quem fizer uso dos serviços de e-mail, a lei estipula que é obrigatório conter na mensagem o mecanismo para que o destinatário possa parar de recebê-las. Quando isso for solicitado, o candidato, partido ou coligação deve retirar o destinatário da lista em 48 horas, sob pena de multa de R$ 100 por mensagem enviada. Já nos sites de relacionamento, como Twitter e Facebook, os candidatos ou qualquer pessoa podem expressar livremente suas opiniões, porém com a ressalva de que a propaganda não pode ser feita através do perfil de instituições, empresas e perfis profissionais. Quem desrespeitar estas regras estará sujeito a ser penalizado com uma multa que pode ser de R$5 mil a R$ 30 mil.
Com a internet também será comum encontrar mensagens e perfis anônimos que terão o único objetivo de atacar os adversários e claro, estampar manifestações e declarações negativas. A lei diz, no entanto, que é livre a manifestação do pensamento, mas é vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, e assegurado aos ofendidos o direito de resposta e a retirada do conteúdo ofensivo do ar.
Em Venâncio Aires a propaganda já começou pela rede, especialmente pelo Facebook. O candidato à reeleição, Airton Artus (PDT) por exemplo, criou uma ‘fanpage’ para comportar seus quase cinco mil amigos. O mesmo fez Nilson Lehmen (PMDB), candidato da oposição, que soma 5,4 mil internautas que curtiram sua página, além de manter seu perfil pessoal na rede social. Ambos usaram na foto da capa, exposta como um cabeçalho de página, fotos que demonstram o clima de campanha.
Airton postou uma foto da eleição passada aonde aparece sua esposa e suas filhas em um momento de vibração. No seu perfil, se denomina político e usa o slogan de campanha: ‘é mais trabalho. é mais mudança’. Já Nilson usa uma peça publicitária com uma foto sua, o partido e a frase ‘Uma política justa, eficiente e inovadora’. No seu perfil apresenta-se como político, vereador de 28 anos, graduado em Gestão Pública e estudante de Direito.
As postagens também vão de acordo com as posições (situação e de oposição) e propostas. Enquanto Lehmen posta mensagens propondo projetos de desenvolvimento e mudança, inclusive citando seu número e o nome da coligação, Artus aproveita o espaço, especialmente, para prestar contas.
Várias candidatos a vereador também estão espalhando pela rede suas bandeiras e claro, seus números, sejam em fotos, imagens ou em postagens de textos. E mais, estão passando aos seus contatos, pedidos de voto. E-mails também já começaram a ser enviados para grupos. A caixa de entrada da redação, por exemplo, já recebeu mensagens, mas elas ainda não cumprem com a opção de descadastramento.
A juíza eleitoral, Maria Beatriz Londero Madeira, durante encontro de orientações entre candidatos e a Justiça Eleitoral, na última semana, destacou que caberá à população, fazer a fiscalização para que se tenha uma campanha pela internet, dentro do que exige a lei. “é muito difícil controlar as propagandas eleitorais na internet, especialmente pela velocidade que a internet permite postá-las e enviá-las. Mas comprovadas as irregularidades, há punições”, frisou.
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