Capital do Chimarrão pode receber venezuelanos em 2019
Foto: Agência Brasil / FMAtualmente são dez os alojamentos em Roraima que abrigam refugiados venezuelanos
Atualmente são dez os alojamentos em Roraima que abrigam refugiados venezuelanos

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), órgão das Nações Unidas, informou ao prefeito Giovane Wickert que nesta primeira leva de venezuelanos que chegarão ao Rio Grande do Sul, nenhum será acomodado em Venâncio Aires. A intenção é instalá-los, em um primeiro momento, apenas em dois municípios da região metropolitana de Porto Alegre, que são Esteio e Canoas. Com isso, pode ficar para 2019 a recepção das comitivas venezuelanas na Capital Nacional do Chimarrão.

A medida já é um desdobramento do anúncio feito nesta semana, por parte dos integrantes da Casa Civil, de que mil venezuelanos abrigados em Roraima – distribuídos em 10 abrigos em Boa Vista e Pacaraima – serão interiorizados. A partir disso, a próxima etapa do programa de interiorização dos venezuelanos sairá de Roraima em voos marcados para o fim de agosto e início de setembro, prioritariamente para a região Sul.

Wickert informa que em nada impede, no entanto, que famílias que não conseguirem se adaptar na região metropolitana possam ser realojadas em Venâncio Aires. Além disso, ele lembra que o município virou exemplo nacional a partir de 2009, ao abrigar refugiados palestinos, bolivianos e colombianos. “Na época conseguímos pela primeira vez no Brasil contemplar uma família palestina com um apartamento pelo programa federal Minha Casa, Minha vida”.

Desde então foram várias viagens nacionais e internacionais para mostrar a experiência do município. “Como nós, que somos de origem alemã e italiana, também fomos acolhidos aqui, eles também poderão contar conosco”, destacou o prefeito.

PORTARIA MINISTERIAL

O prefeito defende também a implementação de políticas públicas que promovam melhorias nas áreas da educação esaúde. Ele sugere uma portaria ministerial que contemple, com recursos, diretamente os municípios parceiros dessas mobilizações. ACNUR

A assessoria de imprensa da Acnur informa que os nomes das cidades que receberão a primeira leva de venezuelanos será divulgada de forma oficial na próxima semana. Na mesma data será informado o número de refugiados que serão realojados do norte do país aos estados do Rio Grande do Sul e Paraná.

VENEZUELA E OS CONTORNOS XENÓFOBOS

Crise econômica fez mais de 2 milhões deixarem o país governado por Nicolás Maduro. Segundo a ONU, cerca de 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país devido à crise econômica e política que assola a Venezuela. Além do desemprego, eles enfrentam a escassez de alimentos e medicamentos. Estima-se que, em média, 500 venezuelanos entrem por dia no Brasil.

Até 2001, a Venezuela ostentava o título de país mais rico da América Latina e era um polo receptor de imigrantes que fugiam de países vizinhos em crise. Num drástico desvio de rota, sob o comando do chavismo, hoje agrupa todos os ingredientes que são o prenúncio para um desfecho catastrófico: hiperinflação de 1.000.000%, desabastecimento, perseguição de opositores e um êxodo altíssimo.

O que já é considerado o maior deslocamento da América Latina acendeu o alarme nos vizinhos. A fuga desenfreada de venezuelanos ganhou contornos xenófobos, com medidas arbitrárias do outro lado da fronteira com Brasil, Equador, Colômbia e Peru.

Fonte: Agência Brasil