Carlos Joel destaca o caminho de sucesso do STR de Venâncio

“Quando a gente fala em 50 anos, pode dizer que o Movimento Sindical no Rio Grande do Sul está em festa, pois diversos sindicatos estão completando em 2012, seu cinquentenário, como é o caso do Sindicato dos Trabalhadores Rurais aqui de Venâncio Aires. Estão de parabéns os fundadores, que na época da criação, saíram do nada para construírem um sindicato forte como é hoje”. As palavras são do vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, ao destacar o cinquentenário do STR de Venâncio Aires.

Em entrevista à Folha do Mate, Silva avalia a caminhada dos 50 anos do sindicato, a representatividade da entidade dentro da Fetag e os preparativos para os 50 anos que a federação vai completar no dia 6 de outubro de 2013.

Folha do Mate – Como o senhor avalia a caminhada dos 50 anos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Venâncio Aires?Carlos Joel da Silva – Temos uma grata satisfação de participar ativamente da vida do STR de Venâncio Aires desde 1993. Portanto, há 19 anos que acompanho, através da Regional Sindical Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, da Fetag, o desempenho da entidade ao longo desses 50 anos. Então, somos testemunha da história do STR e não tenho dúvidas em afirmar que ele trilha um caminho de sucesso. Há cinco décadas ele existe e é uma referência ao movimento sindical. Como diz o seu presidente, Elemar Walker, o sindicato tem que ser a voz do produtor e a casa do agricultor. O STR de Venâncio Aires vem fazendo isso, tanto na excelência ao atendimento do associado, como na prestação de serviços e, ainda, no oferecimento de diversos produtos. E acima de tudo isso, o trabalho e a defesa da classe trabalhadora rural, da mulher, do jovem, do aposentado que o sindicato tem.

FM – O que representa o STR de Venâncio Aires para a Fetag?Silva – Ele é um dos sindicatos filiados à Fetag, o qual sentiu a necessidade de que deveria ser criada uma federação. Então, só por isso nós podemos dizer a importância que tem o STR de Venâncio Aires para a Fetag.

Tem, ainda, uma importância nobre porque ajuda a desempenhar os trabalhos da federação, bem como na organização do município para a federação e, mais do que isso, participa ativamente das questões da Fetag, nas mobilizações, nas reuniões e vem desenvolvendo um papel importantíssimo nas diretorias e ainda mais na atual. Hoje, além de nosso presidente, Elemar Walker, participar ativamente, a Sandra Wagner, é presidente do Instituto de Formação Sindical Irmão Miguel da Fetag (IFSIM).

FM – O STR de Venâncio Aires, por meio de seus representantes, teve importante participação em todas as conquistas do Movimento Sindical. Na sua opinião, o que estas conquistas como a aposentadoria integral para os produtores e produtoras rurais, auxílio-doença, salário-maternidade representam para a Fetag?Silva – Na verdade, essas conquistas representam para nós a certeza de um trabalho bem feito, de uma luta de classe, já que quando se fala em Fetag nos referimos a todos os dirigentes sindicais do Rio Grande do Sul. A Fetag nada mais é do que esse grupo de associados que temos aos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e à federação. Então, para nós isso quer dizer mais qualidade de vida e condições de trabalho às pessoas. Podemos citar que ao longo destas décadas, não podemos esquecer que o interior não tinha sequer energia elétrica. As crianças iam a pé para as escolas. Não havia aposentadoria. Quando se ficava doente, era preciso vender a vaca de leite ou o boi da carroça para pagar o hospital, caso contrário se ficava como indigente. Hoje, nós avançamos em todas essas conquistas. Tudo isso não foi de graça, mas sim de um trabalho do movimento sindical. E ainda precisamos avançar muito para termos as melhores condições que o movimento sindical quer para os agricultores. Precisamos estancar o êxodo rural para que os jovens permaneçam no campo.

FM – A Fetag também está em vias de completar 50 anos daqui a um ano? Como está a federação, hoje, e o que ela representa para os agricultores familiares?Silva – No dia 6 de outubro de 2013, a Fetag irá completar 50 anos de fundação. E ela está hoje consolidada e – sem medo de errar – é uma das principais entidades representativas dos produtores. Da agricultura familiar, nós somos, em nível nacional, uma das maiores federações que existe de representação de produtores. Respeitada pelos governos, tanto em âmbito federal, estadual e municipal, e isto não se refere a partidos políticos, respeitada pelas outras entidades, inclusive parceiras. Então, podemos dizer que se trata de uma entidade consolidada. E o mais importante é que ela tem hoje como seu maior patrimônio os 351 Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e suas 126 extensões de base. Isto quer dizer que a Fetag está presente em cerca de 477 municípios do Rio Grande do Sul.

Não podemos esquecer o trabalho desenvolvido com os jovens, os assalariados, as aposentados, as mulheres e os agricultores e agricultoras como um todo. Diante deste contexto, somos sabedores da importância que tem a Fetag para os próximos anos na consolidação e no aperfeiçoamento das políticas públicas, em especial na renda e na sucessão rural.