Foto: Théo Guterres / Folha do Mate.

Não é apenas neste ano que o debate de levar o Carnaval de Rua para o Parque do Chimarrão é alimentado. Depois da Folha do Mate ouvir as escolas de samba sobre esta proposta, a reportagem recebeu a informação de que um projeto via Lei Rouanet já havia sido cadastrado em 2008 com esta finalidade, projetando as festividades de 2009.

De acordo com a proponente do projeto, a carnavalesca Lúcia Costa, na época tentava-se reativar a Liga do Samba de Venâncio Aires e foi cogitada a possibilidade de inscrever um projeto com intuito de criar uma ‘mini cidade do samba’ no Parque. Como o cadastro foi feito através de pessoa física, o valor máximo era de R$ 390 mil, quantia que foi permitida e aprovada para ser captada. No entanto, o projeto foi aprovado na sexta-feira de Carnaval e acabou não sendo colocado em prática pois não haveria tempo hábil de captação de recursos.

Não é só levar para o Parque. é levar e ter a solução

Lúcia lembra que para a Lei Rouanet ser possível foi montado um dossiê envolvendo a sua história com o Carnaval. “Coletamos fotos, manchetes de jornais envolvendo a minha trajetória junto ao Carnaval”, explica. “Mas enviamos muito tarde, até passar por todos os trâmites necessários, ele acabou sendo aprovado muito em cima”, lamenta. Segundo ela, a mudança de local de realização das festividades causaria diversas melhorias para as escolas e para o público. “Com o projeto, cada escola poderia ter um barracão no Parque para guardar e reaproveitar fantasias e carros alegóricos de um ano para o outro”, observa.

Questionada sobre a possibilidade de ser solicitada a criação de um novo projeto como o já criado, ela afirma que ajudaria: “O Carnaval ainda está no meu sangue e sempre queremos que ele cresça”.

O projetoO projeto via Lei Rounaet contemplava cinco noites de festividades, começando na sexta-feira com baile de Carnaval, no sábado com desfile das escolas de samba, no domingo desfile de blocos de Carnaval, na segunda-feira mais um desfile com as escolas de samba e na terça-feira seria o encerramento.

A intenção da ‘mini cidade do samba’ contemplaria um espaço para o desfile que seria reduzido para um percurso de 500 metros, “os carros sairiam do lado do Poliesportivo e entrariam no asfalto em frente ao parque e voltariam pela entrada logo após a pista de bicicross”, explica. Além disso, seriam instalados 300 metros de arquibancadas, um posto da Brigada Militar, Polícia Civil e Federal. QGs também seriam convidados a se instalar no Parque e toda a folia do Carnaval estaria concentrada no Parque.

Município Em entrevista à Folha do Mate, o secretário de Cultura, Saul Zart, disse que tem conhecimento do projeto citado por Lúcia, no entanto, explica que pelo que sabe a respeito do assunto, este projeto deveria ser feito num local fechado. Desta forma, se na época, tivesse sido possível captar o recurso, o local que haveria disponível fechado seria o Parque. Entretanto, destaca que hoje se o Carnaval sair da Osvaldo Aranha, não necessariamente precisa ir para o Parque do Chimarrão, podendo, também, passar a ser realizado em outra rua da cidade. “Esta é uma coisa que vai ser estudada, não somos nós que vamos decidir isso”, cita o secretário da pasta ao relatar que está pensando em realizar uma audiência pública sobre o assunto.