Com informações de Andréia Pinheiro.
A Caciva realizou nesta terça-feira, 16, mais uma edição da reunião-almoço, na AABB, com parceria do Sesc de Venâncio Aires e do Sindilojas Vale do Rio Pardo. Com tema ‘Cenário Econômico 2015’, o evento teve como palestrante Lucas Aronne Schifino, Mestre em Economia Aplicada e economista na Assessoria Econômica do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac desde 2011.
Schifino apresentou uma análise sobre os últimos anos da economia brasileira e possíveis perspectivas, como o aumento dos impostos. Segundo ele, a população paga o mesmo preço pela energia elétrica desde 2011, mas uma parte do valor estava na conta e o restante em outros impostos. “Agora tudo foi reajustado. Energia elétrica, transporte público, preço da gasolina. Assim estamos enxergando, no comportamento da inflação, aquele vazamento dos nossos tributos”, salientou.
Para o economista, isso é resultado dos anos em que o governo baixou juros, no propósito de fazer com que a economia crescesse, o que, no entanto, não ocorreu. Além da chegada da inflação, Schifino também apontou o aumento dos gastos. Segundo explica, o Brasil teve o pior déficit nas contas do governo dos últimos 15 anos, em 2014. Foram R$ 350 bi, o que representa 6,2% do Produto Interno Bruto.
Conforme Schifino, 2015 é o ano dos reajustes. Alterações que já deveriam ter sido efetuadas em 2012. Devido a este retardo, hoje a população sente ainda mais no bolso, pois a taxa de juros básica brasileira está em 13,75% e deve aumentar para controlar a inflação. “Estamos passando por uma cirurgia de coluna. Ninguém gosta, é dolorido, mas ficar com dor a longo prazo é muito pior”, exemplificou.
Desemprego Schifino aponta que a média de desemprego está em 6%. Aliado a isso, está o fator demográfico: o Brasil tem registrado menos nascimentos ao longo dos últimos 30 anos. Além disso, o economista relata que jovens têm prolongado os estudos, ficando mais tempo fora do mercado de trabalho.“Não existe mágica na economia. Concordamos com salários mais altos, mas descordamos de como chegar lá. Não basta assinar uma lei. Se fosse tão fácil, não existiria país pobre”, relatou. Segundo ele, atualmente há uma diferença de 30% entre o aumento de salário e o produto nominal médio, o que tem gerado demissões.
Esperança para o pós-crise
Mesmo com o atual cenário econômico, Schifino mantém uma visão positiva para os próximos anos: a inflação deve começar a baixar no segundo semestre de 2015 e em 2016. O alerta é para que os empresários aproveitem a crise para abraçar oportunidades. “Estejam atentos em perceber os primeiros sinais de sol para começar a correr antes dos demais. Isso também pode ser uma alternativa benéfica para as empresas no pós crise”, aconselhou.
Para quem deseja sobreviver até lá, Schifino dá algumas dicas. “A crise nos força a pensar diferente e usar a criatividade”. O economista diz que é tempo de criar estratégias de mercado, sobretudo para conquistar novas vendas e manter os clientes. Além disso, orienta a diminuir os custos internos.