Com informações de Thamy Spencer/ADI.

O protesto organizado por centrais sindicais e entidades de classe reuniu pelo menos duas mil pessoas nas ruas da capital no final da manhã desta sexta-feira, 29, em Porto Alegre, segundo estimativa da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que controla o trânsito. A tarde a manifestação foi ganhando a adesão de diferentes categorias, que seguiram então para um ato promovido em frente ao Palácio Piratini. No caminho, muito barulho de tambores, apitos, sinetas e palavras de ordem.

Ruas que estão quase sempre cheias de veículos amanheceram quase vazias na área central de Porto Alegre, onde o metrô não funcionou durante todo o dia. Funcionários de bancos e professores estaduais também cruzaram os braços. Nas primeiras horas, boa parte dos ônibus do transporte urbano também não

Foto: Thamy Spencer / ADIDiferentes categorias caminharam até a frente ao Palácio Piratini no final da manhã desta sexta-feira, 29
Diferentes categorias caminharam até a frente ao Palácio Piratini no final da manhã desta sexta-feira, 29

circulou. Segundo a EPTC, as Avenidas Mauá, Júlio de Castilhos e Alberto Bins, além de outras 20 vias secundárias da cidade, tiveram em momento da manhã o tráfego interrompido, causando longos congestionamentos.

O ato público diante da Praça da Matriz foi marcado por discursos de representantes das centrais sindicais e de entidades como o Cpers. A presidente do sindicato que representa o magistério, Helenir Aguiar Schürer, deu um recado direto ao governador. “Os servidores não aceitam o parcelamento de salário. Pagar salário é um dever”, disse, do alto do caminhão de som. “Nós vamos parar o Estado”, anunciou. Foi a primeira vez que funcionários de escolas e do quadro geral – alguns com nariz de palhaço – protestaram contra o parcelamento de salários e para pedir reajuste.

O presidente da Central única dos Trabalhadores (CUT), Claudir Nespolo, avaliou como positivo o ato – o terceiro realizado desde março contra o Projeto de Lei 4330, das terceirizações no mercado de trabalho e contra mudanças nas regras de concessão de direitos trabalhistas, como seguro-desemprego. Ele disse que nesta sexta-feira houve um “festival de paralisações” na região metropolitana e interior do Estado. “é o preço de eleger um Congresso Nacional conservador”, disparou. Representantes da Intersindical e da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) também falaram aos manifestantes, que nem com a chuva deixavam o local. “Contra o PL e o ajuste fiscal, trabalhador vai fazer greve geral”, repetiam, ao microfone.

No entorno da praça havia quem aproveitasse para vender, por exemplo, Bandeiras do Brasil. O ambulante Diovani Ricardo Zimmer posicionou-se estrategicamente em uma das esquinas para oferecer seus produtos em meio aos manifestantes. Normalmente seus pontos de trabalho são as imediações dos estádios Beira-Rio e Arena do Grêmio. 

O ato terminou por volta das 13h45min, e muitos ainda continuaram em frente ao Palácio. Antes de chegar ao local eles já haviam percorrido vários quarteirões. No começo da manhã muitos participaram de piquetes ou atos. A caminhada, depois, percorreu desde a Avenida Alberto Bins, seguindo pela Mauá e Borges de Medeiros.

Na região houve protesto também junto à Refinaria Alberto Pasqualini, na BR-116 e no Aeroporto Salgado Filho, na chegada do governador José Ivo Sartori, que retornava de missão internacional à Europa.