O Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos (CRDQ) – um dos projetos mais ‘perseguidos’ pela atual Administração Municipal, cuja implementação sempre esbarrou em muitos obstáculos – será instalado na área da recentemente extinta Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan). A informação foi confirmada na tarde de ontem pelo prefeito Airton Artus e pela secretária do Meio Ambiente, Mara da Silva, ela que também é presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen).
O Município aguarda apenas os trâmites burocráticos da doação da área de 18,5 hectares, localizada em Linha Ponte Queimada, para dar início ao projeto. De acordo com Mara, a intenção é melhorar a estrutura do prédio que servia como sede social da Favan para, dessa forma, possibilitar que pelo menos 10 homens acima dos 18 anos sejam atendidos no CRDQ. “Como temos em funcionamento a Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil, que atende jovens com menos de 18 anos, entendemos prudente priorizar maiores de idade neste espaço que será criado na área da Favan”, diz a presidente do Comen.
Mara admite que o projeto não será “do tamanho que pretendíamos inicialmente”, mas afirma que está muito contente pelo fato de o centro de recuperação estar, finalmente, se tornando realidade. “A demanda é antiga, chegamos inclusive a investir alguns recursos em outra área, também em Ponte Queimada, contudo o mais importante é que poderemos oferecer este serviço que, certamente, terá um grande resultado para a nossa comunidade”, analisa. Ainda esta semana, Mara e integrantes do Comen farão visita à área da Favan, acompanhados de engenheiros, para as primeiras análises sobre a estrutura.
MEIO AMBIENTE – O prefeito Airton Artus lembra que, como ao doar a área a Favan solicitou que projetos relacionados ao meio ambiente sejam desenvolvidos no local, o Município planeja a instalação de espaços que possam receber animais (canil e gatil), bem como um horto florestal, ambos projetos que poderão contar com a mão de obra dos internos do centro de reabilitação. “Seria uma forma destas pessoas atendidas lá terem uma ocupação, uma terapia mesmo”, comenta Artus. Mara também ressalta a importância do aproveitamento da área para promoção de atividades ambientais e destaca que “a proposta de tudo o que será implementado ainda está em formatação, mas será finalizada o mais breve possível”.
MEMóRIA
A busca pela criação do Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos de Venâncio Aires é antiga. Inicialmente, o projeto seria implementado em uma área de Vila Palanque, doada pelo técnico de futebol Mano Menezes. Em função da revolta da comunidade, que não recebeu bem a iniciativa, o trâmite foi estancado.
Na sequência, uma nova área, em Linha Ponte Queimada, que também contava com a participação de Mano Menezes, foi indicada para receber o CRDQ. Assim como em Vila Palanque, moradores disseram “não” ao centro de recuperação, porém mesmo assim a Prefeitura fez alguns investimentos para a concretização do projeto. Mais tarde, no entanto, houve nova paralisação. Tudo o que restou foram os alicerces de uma obra de 457 metros quadrados, que na época estava orçada em R$ 500 mil.
Agora, segundo a Administração, o projeto será concretizado, finalmente. A intenção é utilizar o prédio que servia de sede social para a Favan, localizado em uma área de 18,5 hectares, também em Linha Ponte Queimada. A secretária de Meio Ambiente e presidente do Comen, Mara da Silva, não sabe precisar o valor necessário para colocar o centro de recuperação em funcionamento.
Parceria com IFSul para viabilizar incubadora tecnológica
Uma parceria entre o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) campus Venâncio Aires e a Prefeitura busca viabilizar um projeto de construção de uma incubadora tecnológica no espaço que era da Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada. O objetivo é ter o projeto concretizado até o fim do ano. O primeiro diálogo sobre o assunto ocorreu na segunda-feira à tarde, no IFSul, mas oficialmente ainda não há nada assinado entre a instituição de ensino e a Administração Municipal. A Favan encerrou as atividades no dia 22 deste mês e a área de 18,5 hectares foi doada à Prefeitura de Venâncio Aires.
Contudo, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Hélio Lawall, essa doação ainda passa por alguns trâmites burocráticos, o que impossibilita a Prefeitura de “mexer” na área. Ele ainda destaca que o projeto de implantação de uma incubadora tecnológica está em processo de idealização. “Ao menos a parceria para a elaboração do projeto está sendo construída”, acrescenta o titular da pasta.
Segundo Lawall, o pavilhão localizado no terreno está pronto, o que afasta a necessidade de investimento em construção. “é um passo que não precisaremos dar, porque já está concretizado. Apenas é necessária a adequação”, complementa. O secretário explica que o projeto é muito mais amplo do que uma incubadora, porque este fomenta o empreendedorismo no município. “Estamos antecipando e conversando com as entidades e instituições de ensino profissionalizantes para que seja construída a várias mãos”, comenta.
DESENVOLVIMENTO – O diretor geral do IFSul, Cristian oliveira da Conceição, ressalta que o projeto é muito positivo para a instituição de ensino, já que pode oportunizar que os alunos tenham um lugar onde possam desenvolver tecnologia. Conceição explica que a incubadora tecnológica, mais focada nos jovens empreendedores, é construída em grandes áreas.
De acordo com ele, trata-se de uma estrutura que dispõe de várias salas com internet e equipamentos para que as empresas ou pessoas empreendedoras possam, durante um período, fazer uso do espaço e desenvolverem os próprios projetos. O campus do IFSul de Venâncio Aires não dispõe de uma incubadora, porque não tem estrutura física.
Contudo, o diretor revela que esta é uma das metas futuras. “Quando nós compramos uma impressora 3D, uma das ideias que tivemos era de fazer uma incubadora”, complementa. Além disso, o diretor explica que, para boa parte das universidades, fazer uso da incubadora tecnológica não tem custo, até porque esta é direcionada aos alunos. Segundo Conceição, é a Prefeitura que irá arcar com as despesas para a construção da incubadora tecnológica, mas quando ela estiver em funcionamento, o IFSul disponibilizará equipamentos e professores para auxiliarem as pessoas que frequentam o espaço.