Desde a última semana, as escolas da rede municipal da região estão habilitadas a oferecer aulas a distância, medida adotada pelas prefeituras que integram a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp). Segundo a coordenadora da regional de secretários de Educação da entidade, Liziane Madsen Etges, que também é secretária de Educação de Passo do Sobrado, as aulas vêm ocorrendo a partir da distribuição das atividades pelos professores aos alunos através de e-mail ou WhatsApp.
A medida beneficia cerca de 15 mil estudantes da região, sendo que Passo do Sobrado foi um dos primeiros municípios que iniciou as atividades a distância, no dia 4, tão logo foi oficializado o sistema pela Amvarp. Professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Francisco Antônio de Borba Filho, Cassiane da Silva Schmidt precisou se reinventar para aplicar as atividades aos estudantes.
O desafio se tornou maior ainda por lecionar para alunos do 1º ano. “Está sendo bem desafiador fazer este trabalho a distância, principalmente com uma turma que precisa de um contato diário, justamente por estar na fase de aprendizagem”, comentou Cassiane. Conforme ela, foram elaboradas as atividades e estabelecidos objetivos diários para os estudantes, tendo em vista as condições das famílias auxiliarem.
Atividades e material
As atividades foram impressas e os pais buscaram o material na escola. Além disso, a professora iniciou uma metodologia através de vídeos, com o objetivo de criar um canal direto de comunicação com os alunos e pais. “Minha grande preocupação no início era saber como as famílias iriam proceder na orientação com as crianças. Aí pensei em fazer vídeos e disponibilizá-los em um canal no YouTube. Além da explicação impressa no material que entregamos, nos vídeos eu explico as atividades de uma forma mais didática, para que eles possam entender e interagir de uma maneira mais efetiva”, explicou a professora.
Para Cirlene Lúcia Eidt, mãe de Heloísa Eidt, de 9 anos, que estuda na Emef José de Anchieta, em Passo do Sobrado, o desafio é manter os estudantes atentos fora da sala de aula. “Estamos passando por um momento delicado, que não é nada fácil. Temos que ter muita paciência e insistência para fazer com que eles prestem atenção e façam as atividades”, comentou a mãe.
Oportunidade
A aluna do 9º ano da Emef José de Anchieta, Gabrielly Luísa Preuss Goldschmidt, vê o novo formato de aprendizado como uma oportunidade. “Está sendo uma experiência bem diferente receber as aulas on-line. Para mim, são bem produtivas, pois essas atividades requerem uma atenção maior da nossa parte.”
Para ela, no entanto, nada substitui o aprendizado na sala de aula. “Claro que presencial é melhor, pois temos a interação e a convivência, tanto com os colegas, quanto com os professores. Espero que logo isso passe e que possamos voltar a nossa rotina normal”, comentou a estudante.
Conforme a professora Liziane Etges, os municípios do Vale do Rio Pardo estão no aguardo de novas determinações do Governo do Estado com relação à reabertura das salas de aulas, para poderem voltar ao trabalho presencial.