Partes de máquina a vapor vão compor ponto turístico em Vale Verde

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A máquina a vapor que serviu como geradora de energia elétrica na década de 1930 na antiga Vila Mellos, voltará a Vale Verde. Atualmente, partes do que sobrou do item estão em uma propriedade rural em General Câmara, mas, por iniciativa do vice-prefeito, Roque Eisermann, retornarão para ‘casa’.

Segundo Eisermann, a caldeira será colocada ao lado da chaminé, que fica junto ao prédio da Secretaria Municipal de Obras de Vale Verde e ficará à disposição para visitas. Conforme pesquisas do professor, poeta e escritor vale-verdense, Josinei Ricardo de Azeredo, foi Paulo João Dettenborn quem iniciou o fornecimento de luz elétrica no início dos anos 30 com a importação desta máquina a vapor, da Alemanha. A peça foi trazida pelo rio Jacuí até Santo Amaro, de onde teria sido levada a Vila Mellos com uma carreta puxada por duas juntas de bois.

Paulo João Dettenborn nasceu em 16 de abril de 1887 e faleceu 2 de abril de 1946 (Foto: Arquivo/Divulgação)

Também foi Dettenborn quem construiu a chaminé de tijolos à vista. Ela possui aproximadamente 17 metros de altura e se mantém firme após quase 90 anos de construção.


“A chaminé e a caldeira, embora já descaracterizadas, e o galpão de pedra, são um patrimônio material que precisam ser conservados e conhecidos pela população. Por isso, essa ideia de trazer este equipamento e fazer dele uma homenagem à memória e à cultura de nossos antepassados.”

ROQUE EISERMANN – Vice-prefeito de Vale Verde


HELMUTH SEIBERT

Helmuth Seibert nasceu no ano de 1905 e faleceu em 1965 (Foto: Arquivo Família Seibert/Divulgação)

Anos depois, por volta de 1950, Helmuth Seibert comprou toda área onde hoje é a Secretaria Municipal de Obras e construiu o prédio de pedras que fica ao lado da chaminé, o que aconteceu dois ou três anos depois da aquisição.

Apoiado por alguns amigos como Edmundo Schuch e Paulino Gaspary, Seibert passou a fornecer energia aos moradores das proximidades, hoje centro de Vale Verde. Na época, a energia era fornecida somente à noite, até próximo das 23h, e um apito sonoro avisava quando a energia era ligada e desligada.

Segundo o agricultor Júlio Froemming, a produção de energia deve ter se mantido até meados de 1950 ou próximo de 1960. A partir daí, a comunidade viveu mais um período sem a opção de poder contar com a eletricidade, o que voltou somente no início da década de 1970, quando a Certaja iniciou a instalação da rede elétrica na localidade. Froemming lembra também que, no mesmo local onde funcionou a usina de energia elétrica, existia um moinho que descascava arroz e produzia farinha de trigo e milho e havia, também, uma serraria.

Chaminé, que foi construída no início da década de 1930, está preservada no pátio da Secretaria Municipal de Obras (Foto: Claudio Froemming/Folha do Mate)
    

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